18/08/1928 – 06/11/2022
Faleceu, na noite deste 06 de novembro, a Doutora Maria Auxiliadora de Souza Brasil, autora da Técnica Psicoterapêutica Analítico-fenomenológico-existencial, fundamentada na Teoria de mesmo nome. Fundadora do Curso de Psicologia da UFMG, onde foi Professora Titular de Psicologia da Personalidade, Maria Auxiliadora deixa uma obra de alcance inestimável para a educação do ser humano e do grupo humano, que sempre teve como objetivo contribuir para a felicidade de cada indivíduo, em particular, e da humanidade como um todo.
Maria Auxiliadora atuou como psicoterapeuta por mais de 50 anos, sendo responsável pela evolução de milhares de pessoas que tiveram a sorte de tê-la como psicóloga. Famílias inteiras se trataram e passaram a se relacionar de forma harmoniosa, inúmeros casais passaram a respeitar a individualidade um do outro e conviver com devoção. Maria Auxiliadora deixa um raro testemunho da atuação de um adulto velho, fenômeno de harmonia e beleza de quem transforma em atitude toda a sabedoria que possui. Auxiliadora vivia com coragem o Bom, o Belo, o Verdadeiro e o Santo que rege toda a Criação. Entregava-se à existência com a pureza da criança, mas sem a sua ingenuidade, com o vigor do adolescente, mas sem a sua agressividade, com a sensatez do ser humano maduro, mas sem o seu orgulho.
Auxiliadora desvendou os labirintos do espírito, amante que era da busca incessante da verdade, conceito que definia com a simplicidade dos sábios: a correspondência entre o pensamento e a realidade. Para encontrá-la, é preciso analisar e compreender o sentido de cada encontro, processo que exige autoconhecimento, objeto da Técnica Psicoterapêutica Analítico-fenomenológico-existencial, sua obra maior, um instrumento eficaz que permite essa aprendizagem de forma rápida e objetiva.
Seu ideário, que é o ideário da Fundação que leva o seu nome, aponta a felicidade como a meta do ser humano e sistematiza o caminho para alcançá-la, que é buscar o bem-estar físico, psíquico e espiritual, razão pela qual o ser humano necessita evoluir para a racionalidade. Só podia ser dela a autoria do neologismo “adultez”, termo então inexistente nos dicionários da língua portuguesa. Ela o caracterizou como a maturidade do ser humano, ápice da construção do caráter, preparada na infância, quando o indivíduo se submete a um controle externo, e na adolescência, quando busca uma forma própria de ser. Este processo de construção da própria identidade, consolidada na autonomia da vida adulta, é um processo de aprendizagem que a sua Teoria Psicoterapêutica Analítico-fenomenológico-existencial descreve de forma científica.
O legado de Maria Auxiliadora não é somente a sua obra, cuidadosamente vertida para o inglês e disponibilizada pela Fundação Souza Brasil, mas também seu exemplo de amor e sua dedicação ao propósito de promover o progresso da humanidade. Nascida na cidade mineira de Barbacena em 1928, Maria Auxiliadora não teve filhos. Deixa inúmeros filhos do espírito, pessoas a quem se doou como educadora com o propósito de propiciar-lhes o autoconhecimento e o conhecimento das regras do jogo da vida, caminho inequívoco para a felicidade e a paz.
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