VIDA E NADA

Dedicatória

À Maria de Lourdes, Dida,
minha irmã,
cuja partida deste mundo me ensinou
que a vida é invisível,
e o amor humano é, apenas,
uma preparação
para o Amor Definitivo,
do Criador!

Ao Papa Francisco I,
da Igreja Católica Apostólica Romana,
com minha total reverência!
A Autora

SUMÁRIO

  1. Introdução
  2. A Teoria do nada
  3. O nada que são os mitos
  4. O nada que são os milagres
  5. Conclusão

INTRODUÇÃO

Desde os dezoito anos de vida, eu mergulhei na minha adultez jovem com o desejo de fazer algo pela humanidade que estivesse ao meu alcance, procurando entender o processo evolutivo do ser humano vivendo, o que levou, a longo prazo, à elaboração das teses acadêmicas sobre a infância, em 1962, sobre a adolescência em 1963, e sobre a adultez, em 1973.

Um prazo maior de estudos e pesquisas, incluindo a prática das minhas funções, levou-me a lançar a coleção da minha teoria e da minha técnica em 2008 em formato bilíngue português e inglês, a qual denominei “Surge uma Aurora”, onde descrevi os fundamentos dela, teológicos, filosóficos e científicos, bem como a teoria mesma, a técnica psicoterapêutica dela decorrente, e a simbolização de todos os termos empregados nelas.

Tal obra deu nova vida à clínica que meus colegas e eu havíamos criado, levando também à criação da fundação que tem meu sobrenome, Fundação Souza Brasil, e a criação da Escola Existencial Otávio de Oliveira Brasil, meu pai, com a Biblioteca Zilda de Souza Brasil, minha mãe, Escola esta que visa a formação daqueles que, tendo se submetido aos cinco semestres de autoconhecimento em grupo, pretendem adquirir autorização para utilizar a minha técnica.

Complementarmente, escrevi “ O novíssimo testamento” e “ A Metateoria do conhecimento filosófico” e suplementarmente, “Vida e autoconhecimento”, com Roberto Patrus Mundim Pena, “Vida e adultez”, “Vida e Sexo”, com Márcia Teixeira de Freitas e Rubens Cançado Magalhães Ribeiro, “Vida e alienação”, com Rubens Cançado Magalhães Ribeiro, “Vida e Utopia”, “Vida e simbolização”, com Márcia Teixeira de Freitas”, “Vida e mística” e “Vida e testamento”, coleção também bilíngue, a qual denominei “ Uma luz no caminho”.

Em seguida, escrevi “A verdade” que abordou os seguintes temas: o universo, o ser humano, o sexo, a administração, a educação, o amor, Deus, a verdade e uma apologia de Deus. Todo indivíduo necessita conhecer o universo onde habita, o que significa ser humano, saber como praticar o sexo, administrar os seus bens, educar-se, amar, amar a Deus e procurar, sempre, a verdade de tudo.

A notícia sobre os meus estudos, pesquisas e prática profissional visa clarificar o caminho que segui até ousar uma teoria do nada, onde está escrito o que se segue. No primeiro capítulo, afirmei o nada que tudo é. No segundo capítulo “ O nada que são os mitos” e no terceiro“ O nada que são os milagres”, meu coautor, Tadeu, registrou o que lhe foi possível compilar sobre tais assuntos, fornecendo-me material para refutar as crendices existentes.

Deu-se um acontecimento interessante na minha vida, quando divulguei minha primeira coleção. Um purista, que me deu a honra de a ler, alertou-me para o fato de que a palavra “adultez” não existe no vernáculo, constituindo um neologismo criado por mim. Fiquei estarrecida, pois, para mim, tal palavra sempre existiu. Decidi que ela vai continuar existindo, e pronto!

A teoria do nada é a afirmação de que o ser humano não é capaz de conhecer a sua origem e o seu destino, e que todas as tentativas de os explicitar criam crenças confusas, todas elas erráticas e fantasiosas, bem como sistemas de pretensa sabedoria sobre tudo o que é.

A única solução para a humanidade é exercer o livre arbítrio, crer no que quiser crer, afirmar o que quiser afirmar.

Nenhuma religião prova coisa alguma e nenhum sistema de pensamento elucida os problemas do existir. A origem de tudo é uma nebulosa tão carente de saber que incapacita de nela se pensar. Até onde possamos imaginar, cada indivíduo origina da conjunção do esperma com o óvulo, torna-se ovo, e evolui segundo etapas do seu viver até morrer, tornar-se pó; e toda semente produz o seu fruto, na mais variada profusão.

O indivíduo que luta de todas as formas, desde as tertúlias até o ribombar atômico, na defesa do que crê e do que pensa que sabe, encontra-se encastoado na infância aguerrida ou na adolescência querelante, impondo ao mundo o seu retardo, matando e destruindo tudo que é contrário ao seu crer e ao seu pensar, num ímpeto descomunal.

Tal indivíduo leva consigo o vigor aguerrido da ignorância crassa que domina no mundo. O Oriente Médio, na sua história, jamais deixou de pugnar por nada. Lembro-me de que, quando criança, quando passava por um grupo de crianças, eu, meus irmãos e nossos amigos, meu pai, antevendo tertúlias, indagava, jocosamente, “como vão as coisas aí no Oriente Médio?”

Os desentendimentos constantes entre os povos não fazem nenhum sentido, senão o de trazer à tona o retardo em que se encontra a humanidade, em face da ignorância sobre o existir e o conviver que só se resolverá com um processo educativo rigoroso e libertário, produto de um sistema didático coerente e eficaz, qual seja o por mim decantado.

Eu parto do princípio de que o ser não tem fundamento porque é abismo, é fundante, e é fundante em liberdade. Vale-se ele do princípio da razão suficiente, princípio de fundamento que tem em sua base a liberdade. Considero, portanto, que o ser determina o fundamento, que estabelece livremente as condições que, em seguida, passam a desenrolar-se necessariamente.

Cada ser humano é um peregrino, da sua peregrinação particular do berço ao túmulo. Ele nasce só, vive só e morre só. Ele necessita amar a verdade acima de tudo, deixar de temer a solidão, sentir-se no Todo, e ao Todo servir. No seu viver, ele busca a paz, que só ocorre quando ele vive a autodisciplina.

O mundo, no seu cotidiano, é um ambiente de antagonismos e de resistências, onde impera o dualismo separatista, devendo o indivíduo salvar-se dessa trama pelo próprio esforço. Viciado, porém, em suas formas de conduta habituais, necessita ele de uma educação adequada para a descoberta da verdade e a elevação do espírito.

O indivíduo deve saber que, quanto mais conhece, mais livre se torna para escolher sua conduta. Ele deve estar alerta para o questionamento de problemas insolúveis, como o da existência de Deus e o da origem e do destino do universo. Quando indagado sobre tais verdades, Jesus respondeu “Não podeis saber ainda”.

Cabe ao indivíduo equacionar o seu viver no tocante à estática e à dinâmica das coisas e do universo e à estrutura a ao funcionamento dos organismos. O indivíduo, quer creia ingenuamente no que lhe ensinaram, quer se oponha ao ensinado, busca minimizar sua ansiedade pela responsabilidade sobre o seu existir.

Ao indivíduo cabe tentar unificar os dados das diferentes leituras da realidade, refletir sobre elas, e decidir sobre o que aceitar e o que recusar no seu viver. Embora o entendimento humano não possa alcançar a verdade sobre a existência de Deus, deve haver uma verdade, uma meta, um destino.

A TEORIA DO NADA

A história da humanidade tem sido descrita, em geral, de forma linear, sem levar em conta os resíduos vindos dos períodos anteriores e as marcas indeléveis que eles deixaram para nós. É, se não impossível, pelo menos improvável um estudo linear crítico dessa história, uma vez que a monotonia da temática levará à exaustão quem tentar tal feito. Pelo menos, foi o que ocorreu comigo.

Partindo agora para uma leitura plena da história contemporânea, na certeza de que, em algum momento, em algum lugar, alguém, ou algum grupo, está vivendo no clima de um período por nós supostamente ultrapassado, pretendo, de fato, levantar a questão que me move nesta fala, qual seja como ajudar a humanidade a evoluir em paz.

Nos 74 anos, nos quais me dediquei à educação, quer como professora, quer como psicóloga, recolhi um cabedal que originou as três teses acadêmicas e as coleções “Surge uma Aurora” e “Uma Luz no Caminho”, que, no seu total, descrevem minha teoria e minha técnica psicoterapêuticas, as quais denominei analítico-fenomenológico-existenciais, que mereceram minha indicação para o Prêmio Nobel da Paz em 2020 e 2021.

Minha experiência, quer como professora, quer como psicoterapeuta, levou-me a construir uma trama revelatória do ser humano vivendo de uma beleza e de uma plasticidade tais que lamento não sejam divulgadas para o mundo. A consistência da Teoria e a praticidade da Técnica, constituem um caminho seguro para a transformação do indivíduo em pessoa, partícipe do destino de todos nós.

Tal trama consiste na computação dos dados cruzados da idade de cada indivíduo com as características dessa idade em cada uma das leis particulares da lei geral da harmonização, quais sejam, a do campo vivencial, a da percepção, a da emoção, a da inteligência, a da consciência, a da moralidade, a da sexualidade, a da religiosidade e a da personalidade, com uma chamada à da sintalidade.

Nosso trabalho psicoterapêutico, no sentido da transformação do caráter, teve início em 1985, e até hoje perdura, com sucesso absoluto, pois só tratamos indivíduos educáveis psiquicamente, ou seja, aqueles considerados normais e os com traços psicóticos controlados medicamentosamente por psiquiatras quando necessário. O trabalho na nossa clínica tem sido feito individual e coletivamente, com pleno sucesso em ambos os casos.

A formação do caráter consiste na educação do indivíduo no sentido da compreensão e da prática do bem. No decorrer da evolução do indivíduo ocorrem percalços que vão exigir sua permanente resiliência a fim de se adaptar às circunstâncias que a vida lhe imponha.

Antes de me ocupar em descrever a evolução do indivíduo quero registrar a ocorrência da angústia, pane do organismo cujo indivíduo se torna incapaz de satisfazer suas necessidades, podendo, em alguns casos, causar sua morte. A angústia, natural nos primeiros meses de vida, pode ocorrer a qualquer momento na vida de qualquer indivíduo.

A evolução do indivíduo pode ser assim descrita:

A infância é um período de preparação para a vida em que o desenvolvimento, que é sempre uma evolução no sentido de um equilíbrio cada vez maior, vai promovendo um ajustamento cada vez mais perfeito na estrutura já montada, a nova estabilidade originando maior mobilidade do mecanismo. As etapas do período infantil são, pela ordem, a do nascimento até os nove meses, e as seguintes, até um ano e meio, até três anos, até seis anos, até doze anos, podendo ocorrer pequenos adiantamentos ou atrasos, considerados normais, ou grandes adiantamentos ou atrasos, considerados excepcionais

Do nascimento aos nove meses, a atuação da criança ocorre no campo vivencial dinâmico, regido pelo primado do instinto, instruída por uma percepção no espaço, no “aqui e agora”, de estados momentâneos do organismo, ao sabor da emoção choque, sem qualquer outro tipo de defesa, pois não se pode, a rigor, falar em inteligência, senão a da potência dinâmica diretora do universo, que orienta os processos vitais, e sua consciência é apenas espontânea pré-objetal, sem moralidade, sua sexualidade é orgiástica, sem freios, e sua religiosidade praticamente inexiste, ocorrendo apenas a vivência mítico-homeostática.

Dos nove meses a um ano e meio, a atuação da criança ocorre nos campos vivenciais dinâmico, da determinação, da intenção e da imaginação, esta ao nível da crença ingênua, instruída por uma percepção no tempo e na duração, ao sabor da emoção antecipação-medo, com uma inteligência apenas ao nível da equilibração das ações externas sensório-motoras, uma consciência espontânea objetal precária ao nível da crença ingênua, uma moralidade pervertida no sentido da submissão passiva, uma sexualidade sensual-masoquista e uma religiosidade mítica de medo.

De um ano e meio aos três anos, a atuação da criança ocorre no campo vivencial da imaginação ao nível da dúvida ingênua, instruída por uma percepção no tempo e na duração, ao sabor da emoção antecipação-cólera, com uma inteligência apenas ao nível da equilibração das ações internas simbólico-representativas da realidade concreta, uma consciência espontânea objetal precária ao nível da dúvida ingênua, uma moralidade pervertida no sentido da insubmissão ativo-agressiva, uma sexualidade sadomasoquista e uma religiosidade mítica de cólera.

Dos três aos seis anos, a atuação da criança ocorre no campo vivencial da imaginação ao nível da esperteza ingênua, instruída por uma percepção no tempo e na duração, ao sabor da emoção antecipação-falso amor, com uma inteligência ainda apenas ao nível da equilibração das ações internas simbólico representativas da realidade concreta, uma consciência espontânea objetal precária deturpada pela permissividade, uma moralidade pervertida no sentido da pseudo-submissão, uma sexualidade sadomasoquista permissiva e uma religiosidade mítica de farsa.

Dos seis aos doze anos, a atuação da criança ocorre no campo vivencial da elevação ao nível concreto, instruída por uma percepção no tempo e na duração, ao sabor da emoção antecipação-amor verdadeiro ingênuo, com uma inteligência já ao nível da equilibração das operações internas simbólico-representativas sobre a realidade concreta, uma consciência reflexiva sobre o concreto, uma moralidade prático-utilitária, uma sexualidade ocasional e uma religiosidade mítica latente. Está, assim, preparada a base sobre a qual vai assentar-se a construção progressiva do ser humano, que visa sempre a assimilar o mundo exterior, a conquistar as coisas e a si próprio. O período seguinte de preparação para a vida é o da adolescência.

A adolescência é um período de preparação para a vida em que o desenvolvimento, que é sempre uma evolução no sentido de um equilíbrio cada vez maior, continua promovendo um ajustamento cada vez mais perfeito da estrutura já montada, cada nova estabilidade originando cada vez maior mobilidade do mecanismo. As etapas do período adolescente são a pré-adolescência, dos doze aos quinze anos, e a adolescência propriamente dita, dos quinze aos dezoito anos, podendo, também, ocorrer pequenos adiantamentos ou atrasos, considerados normais, ou grandes adiantamentos ou atrasos, considerados excepcionais.

Dos doze aos quinze anos, a pré-adolescência, a atuação do ser humano ocorre no campo vivencial da elevação ao nível abstrato de pugna, instruída por uma percepção na estrutura dos contrários analítica, ao sabor da emoção antecipação-cólera refletida, com uma inteligência ao nível da equilibração das operações internas sobre o abstrato a serviço da dúvida refletida, uma consciência reflexiva sobre o abstrato ao nível da dúvida, uma moralidade ao nível da pugna no plano abstrato, uma sexualidade sádica e uma religiosidade mítica aguerrida.

Dos quinze aos dezoito anos, a adolescência propriamente dita, a atuação do ser humano ocorre no campo vivencial da elevação ao nível abstrato de busca de consenso próprio, instruída por uma percepção da estrutura dos contrários sintética, ampliada pela percepção na unidade de mecanismo analítica, ao sabor da emoção antecipação-medo refletido, com uma inteligência ao nível da equilibração das operações internas sobre o abstrato a serviço da busca de consenso próprio, uma consciência reflexiva sobre o abstrato ao nível da busca de consenso próprio, uma moralidade também ao nível da busca de consenso próprio, uma sexualidade masoquista refletida e uma religiosidade mítica masoquista. Está, assim, consolidada a base sobre a qual se vinha assentando a construção progressiva do ser humano, que visa sempre a assimilar o mundo exterior, conquistar as coisas e a si próprio. O período seguinte é o da adultez.

A adultez é o período de realização da vida para a qual o indivíduo foi preparado desde sempre, e é o período de preparação para a morte, que não era explicitada anteriormente. O desenvolvimento, evolução no sentido de um equilíbrio cada vez maior, atinge, então, uma estabilidade duradoura, e propicia o mergulho em profundidade que leva ao alargamento da consciência de si e de si mesmo no mundo. As etapas do período adulto são a adultez jovem, dos dezoito aos trinta anos, a adultez propriamente dita, dos trinta aos sessenta anos, e a adultez velha, dos sessenta anos em diante, podendo também ocorrer pequenos adiantamentos ou atrasos, considerados normais, ou grandes adiantamentos ou atrasos, considerados excepcionais.

Dos dezoito aos trinta anos, o adulto jovem, a atuação do ser humano ocorre no campo vivencial da elevação ao nível abstrato de cooperação com a comunidade, instruída por uma percepção na unidade de mecanismo sintética e na unidade de movimento analítica, ao sabor da emoção antecipação-amor verdadeiro extensivo à comunidade, com uma inteligência ao nível da equilibração das operações internas sobre o abstrato a serviço da cooperação no plano comunitário, uma consciência reflexiva sobre o abstrato ao nível da cooperação com a comunidade, uma moralidade ao nível da busca de consolidação da independência e das devoções de amor à família e à comunidade, uma sexualidade e uma religiosidade socializadas.

Dos trinta aos sessenta anos, o adulto propriamente dito, a atuação do ser humano ocorre no campo vivencial da elevação ao nível abstrato de cooperação com a humanidade, instruída por uma percepção na unidade de movimento sintética, ao sabor da emoção antecipação-amor verdadeiro à humanidade, com uma inteligência ao nível da equilibração das operações internas sobre o abstrato a serviço da humanidade, uma consciência reflexiva sobre o abstrato ao nível da cooperação no plano humanístico, uma moralidade ao nível da organização no sentido de cooperação com a humanidade além das convenções, uma sexualidade e uma religiosidade humanísticas.

Dos sessenta anos em diante, o adulto velho, a atuação do ser humano ocorre no campo vivencial da elevação ao nível abstrato de integração com a totalidade cósmica, instruída por uma percepção na unidade de movimento sintética do absoluto, ao sabor da emoção antecipação-amor verdadeiro cósmico, com uma inteligência ao nível da equilibração das operações internas sobre o abstrato a serviço da totalidade, a consciência do absoluto, a moralidade da liberdade plena, uma sexualidade e uma religiosidade cósmicas. Está, assim, cumprido o destino do ser humano adulto, cuja fé em si mesmo e no destino do mundo o faz viver em um permanente comungar e servir.

A fim de agilizar os meus propósitos, descrevo, também, a evolução do grupo humano:

A infância do grupo é um período de preparação para a vida grupal em que o desenvolvimento, que é sempre uma evolução no sentido de um equilíbrio cada vez maior, vai abarcando, paulatinamente, os campos vivenciais, as percepções e as emoções correspondentes, em decorrência do ajustamento entre seus membros, que ocorre em função do diálogo cada vez mais inteligente, que permite cada vez mais a cooperação. Nesse período, o grupo caminha da total inconsciência, passando pelas consciências passiva, querelante e astuciosa, até à consciência prática. Fica assim preparada a base sobre a qual se assenta a construção progressiva do grupo humano, que visa a sobrevivência, que inclui a reprodução, e surge o período seguinte, que é o da adolescência.

A adolescência do grupo é um período de consolidação da preparação para a vida grupal em que o desenvolvimento, que é sempre uma evolução no sentido de um equilíbrio cada vez maior, vai direcionando a dinâmica dos campos vivenciais, das percepções e das emoções correspondentes no sentido da elevação, da sublimação das condutas. Em consequência, cumprida a primeira etapa, de adaptação da nova peça, a capacidade de abstração, o grupo humano vai revendo, em cada vez mais alto nível, os resíduos da angústia, da fobia, da obsessão e da histeria, corrigidas concreta e provisoriamente no final da infância, e, com o concurso do raciocínio hipotético-dedutivo, vai caminhando para o período seguinte, que é o da adultez.

A adultez do grupo é um período de plena realização, para a qual ele foi preparado desde o seu surgimento, e de preparação para o seu término, se e quando a finalidade para a qual foi criado atingir o seu fim. A evolução do grupo, tendo atingido um equilíbrio estável, passa a uma nova vivência do desenvolvimento, a vivência em profundidade. Garantidos os meios de sobrevivência e reprodução, consolidados essas realizações e seu amor à humanidade, o grupo maduro, cuja fé em si mesmo e no destino do mundo o leva a um permanente comungar e servir, dissolve naturalmente suas fronteiras e amplia sua atuação sobre os demais grupos humanos no sentido de auxiliá-los na sua evolução.

São considerados normais os indivíduos assim denominados em função dos resultados do diagnóstico diferencial. Nossa clínica conta com uma equipe preparada para esse fim, que também detecta aqueles que, embora com traços de psicose, podem ser educados porque se dispõem para tal fim e aceitam medicação psiquiátrica quando necessário.

Quanto aos psicóticos heréticos, não educáveis, desenvolvi uma adaptação da minha técnica com base no remanejamento do tempo gasto em cada fase do atendimento, o que permite o melhor aproveitamento possível, pelo psiquiatra, dos seus encontros com o paciente, com vistas à humanização dele, que inclui a orientação dos familiares nesse sentido.

No intuito de contribuir para a paz, concluí que a solução para a humanidade é a formação do caráter, que deve consistir em uma disciplina em todos os graus e níveis de ensino, sem exceção, com a linguagem adaptada a cada circunstância, e a prática do bem como um hábito a ser adquirido por todos, mestres e discípulos, o tempo todo.

A elaboração de tal disciplina deve constar de textos relacionados com a fase dos indivíduos a que se destina, incluindo bibliografia dos clássicos que desenvolveram o tema e exemplos elaborados pelo próprio professor. Este trabalho consiste na solução educacional única para a formação do caráter, base indispensável para a busca e a vivência da paz.

A história da humanidade, na sua evolução, desenvolveu correntes de pensamento denominadas teologia e filosofia. Teologia é o estudo sobre Deus e compreende três teorias, quais sejam a afirmativa natural, a afirmativa revelada e a mística. Filosofia é o estudo do saber e compreende três abordagens sobre o tema, quais sejam a racional, a intuitiva e a fenomenológica.

A teologia afirmativa natural, nas suas raízes, pode resumir-se como se segue: O temor ao desconhecido deu origem a um sentimento de religiosidade. A tradição registrou os esforços dos indivíduos e dos grupos humanos no sentido de explicarem o mundo e sua presença no mundo. Esse saber de Deus à base do conhecimento do mundo gerou explicações míticas, originariamente feiticistas politeístas, cosmológicas e/ou antropomórficas, e, posteriormente, monoteístas antropológicas. A evolução dessas tentativas de religação do indivíduo com a realidade total mostra, na sua origem, uma pluralidade de dogmas, com crenças confusas carregadas de lendas. Uma das tentativas mais coerentes dessa fase foi a do vedismo, que originou o bramanismo, o qual, juntamente com o taoísmo, ofereceu o material que iria orientar os antropologismos budista e confucionista, base dos pensamentos socrático e platônico, pedras angulares da teologia afirmativa natural.

A teologia afirmativa revelada, nas suas raízes, pode resumir-se como se segue: O temor ao desconhecido deu origem a um sentimento de religiosidade. A tradição registrou os esforços dos indivíduos e dos grupos humanos no sentido de explicarem o mundo e sua presença no mundo. Ao saber de Deus à base do conhecimento do mundo se contrapôs o saber revelado, dirigido pela luz da fé, critério supremo de qualquer elucidação racional ulterior. A revelação esteve presente nas explicações míticas feiticistas politeístas, cosmológicas e/ou antropomórficas, e nas explicações monoteístas antropológicas, mas os dados que a comprovassem perderam-se na noite dos tempos. A tentativa mais bem-sucedida de implantar o dogma revelado foi a do judaísmo, que vê no Cristo apenas um dos profetas e ainda aguarda o Messias com a revelação total. Os seguidores de Cristo viram nele o Messias e, na sua palavra, a salvação. O islamismo tomou a palavra de Cristo e, com ela, toda sua herança judaica. O espiritismo fez de todo esse acervo histórico a realidade da sua crença e tornou-se a pedra angular da teologia afirmativa revelada.

A teologia negativa, mística, nas suas raízes, pode resumir-se como se segue: O temor ao desconhecido deu origem a um sentimento de religiosidade, e a tradição registrou os esforços dos indivíduos e dos grupos humanos, no sentido de explicarem o mundo e sua presença no mundo, esforços esses de duas naturezas, um saber de Deus à base do conhecimento do mundo, natural, e um saber de Deus por Ele revelado. A outros indivíduos, porém, foi dado um outro caminho, fazendo-se Deus presente neles, sem palavras e sem necessidade de entendimento, o êxtase místico, que permite viver diretamente a unificação com o divino. O espírito abandona o corpo e põe-se a caminho, emerge das profundezas do seu ser, supera a dor do mundo, ressurge em outro plano, expande-se, harmoniza-se, unifica-se com Deus pelo amor.

A filosofia racional, nas suas raízes, pode resumir-se como se segue: O temor ao desconhecido, além de dar origem a um sentimento de religiosidade, propiciou, também, que o ser humano percebesse sua capacidade de conhecer, através da reflexão, a força das leis da natureza, simbolizá-las e procurar proteção na sua lógica. O pensamento antigo procurou: em um primeiro momento, explicar a origem, o mecanismo e o destino do universo; em um segundo momento, explicar a origem, o mecanismo e o destino do ser humano nesse universo; em um terceiro momento, sistematizar o conhecimento adquirido nos períodos anteriores; em um quarto momento, repensar essa sistematização. O pensamento medieval ocupou-se de ensinar o aprendido, em uma primeira fase, de modo apologético, e, em uma segunda, de forma um pouco mais estruturada. O pensamento moderno procurou tornar preciso o conhecimento e a linguagem que o expressa. O pensamento contemporâneo retomou a temática do maior rigor possível na busca e na comunicação do conhecimento.

A filosofia intuitiva, nas suas raízes, pode resumir-se como se segue: O temor ao desconhecido, além de dar origem a um sentimento de religiosidade e propiciar a percepção de sua capacidade de conhecer através da reflexão, levou, também, o ser humano à intuição de que a razão não atinge o conhecimento total. O pensamento antigo, paralelamente às estruturas da razão, deu asas à intuição no que concerne à explicação da origem, do mecanismo e do destino do universo, e do ser humano neste universo. O pensamento medieval ocupou-se da visão intuitivo-religiosa do mundo, buscando dogmatizar e transmitir essa visão. O pensamento moderno procurou policiar a intuição, revigorando-a com uma linguagem mais precisa. O pensamento contemporâneo retomou a temática da visão intuitivo-mística do universo.

A filosofia fenomenológica, nas suas raízes, pode resumir-se como se segue: O temor ao desconhecido, além de dar origem a um sentimento de religiosidade, proporcionar a percepção de sua capacidade de conhecer através da reflexão, e levar à intuição de que a razão não atinge o conhecimento total, conduziu, também, o ser humano à apercepção de que o fenômeno universo e o fenômeno ser humano no universo não são cognocíveis na sua origem nem no seu destino, e são parcamente conhecíveis na sua mecânica. O pensamento antigo, paralelamente às estruturas de razão e aos vôos da intuição, iniciou investidas de apreensão do fenômeno universo e do fenômeno ser humano no universo. O pensamento medieval ocupou-se da ampliação do conceito de mundo, com a abordagem intuitivo-religiosa do assunto. O pensamento moderno procurou lançar as bases da visão dialética racional-intuitiva do fenômeno eu-mundo, sujeito-objeto. O pensamento contemporâneo retomou a temática da visão fenomênica do universo.

O Nada

Como pode observar-se, nem a teologia, nem a filosofia desvendaram o mistério da origem e do destino do ser humano vivendo, e consequentemente, da humanidade toda no seu périplo. Não podemos nos entregar ao desânimo que suscita a teoria do nada, que decorre dos inúteis esforços das teologias e das filosofias, nem procurar o consolo das ciências, pois elas não oferecem a metodologia do ensino que ouso proclamar.

Cada indivíduo cria o seu deus e nele busca amparo e proteção. Não se pode, senão, aceitar cada indivíduo com o seu deus, seja ele partícipe da religião que for. As ciências, com seus princípios e suas conquistas, oferecem-nos um acervo de conhecimento apreciável sobre a humanidade. As ciências empírica, eidética interpessoal, psicologia, e eidética multipersonal, sociologia, iluminam o caminho que pretendo trilhar.

O ideal seria que os encarregados da educação percebessem que o único caminho que leva a ela é o da formação do caráter, que compreende, necessariamente, a aquisição do controle do medo, da raiva e da farsa, e a vivência da praticidade, encerrando assim o viver infantil e preparando o viver adolescente, querelante e pacificador, em direção à adultez comunitária, humanística e cósmica.

É meu propósito deixar claro que o indivíduo necessita aprender a desenvolver seu espírito crítico, a fim de se desvencilhar das desinformações e dos preconceitos que o assolam. Na minha experiência de vida, vivi todos os rituais da Igreja Católica, batismo, primeira comunhão e crisma.

Esclareço minha formação religiosa para deixar claro que ela não me faltou, mas, no decorrer dos anos fui compreendendo que as crenças religiosas, sejam quais forem, são incapazes de descrever, com clareza, sua posição sobre a origem e o destino da humanidade. As religiões criam mitos e ritos e nada resolvem.

Da mesma forma, dediquei-me aos estudos das filosofias, todas elas racional, intuitiva e fenomenológica, e não encontrei, em nenhuma delas, um sistema logicamente elaborado, muito embora tenha encontrado, na fenomenologia, algum respaldo, como se pode notar no próprio título da minha teoria.

Na verdade, tudo indica que o indivíduo e a humanidade como um todo se debatem em temáticas insolúveis, base de toda a irracionalidade e causantes e causados do acontecer aguerrido. Não tenho nenhuma ingerência nem nenhum poder sobre ninguém, mas me atrevo a aconselhar que deixem de lado os problemas insolúveis, como a existência de Deus e o puro pensar, e busquem a paz que puderem usufruir.

Considero que, se cada um de nós desenvolver um espírito crítico humanamente exequível sobre o que é e o que não é, poderemos procurar viver a cordialidade, pano de fundo para vivermos em paz. Infelizmente, uma visão acurada da humanidade, em todas as latitudes e longitudes, só mostra o fruir da violência.

A humanidade, como tal, em todas as partes do mundo, vive, na sua grande maioria, 86% segundo alguns pesquisadores da área, psiquiatras, em torno do ano de 1986, com publicação em periódico da época oficialmente reconhecido, no medo, sem distinção entre os riscos reais e os riscos provocados por crendices e preconceitos socialmente cultivados.

Os medos irracionais, sem fundamento, como as ameaças criadas pelos seguidores das diferentes crenças e dos diferentes preconceitos, podem causar, nos indivíduos, a submissão total ou a reação dos enraivecidos, aqueles que não se submetem a tais opressões. O medo irracional e a raiva agressiva devem ter sua manifestação erradicada, o que dá origem à atitude de farsa.

Tendo aprendido a, de fato, erradicar o medo irracional e a raiva agressiva, ou simplesmente, aprendido a não os manifestar, o indivíduo põe um termo na sua infância fazendo-se prático, ou seja, fazendo-se cordial e útil. Cordial e útil, como conquistas reais, ou como aprendizado da farsa, fica, o indivíduo capacitado para ingressar na pré-adolescência, ou adolescência querelante.

O querelante é aquele indivíduo que busca tudo questionar, pretendendo construir um cabedal mais seguro do que a farsa e a praticidade lhe ofereceram. Esta fase é a da busca de crenças aceitáveis, procurando ele minimizar aqueles indivíduos que se valem de outros princípios e valores, chegando mesmo a se rivalizar agressivamente com eles.

As revoluções religiosas que perduram desde que os sistemas de crenças se definiram e conquistaram terreno, são a comprovação de que a pré-adolescência permanece na humanidade considerada, erroneamente, adulta, e que os pré-adolescentes assim classificados, fortalecem suas hostes com os indivíduos que se fixaram na raiva aguerrida.

Na realidade, com o máximo de boa vontade, vejo, na humanidade, uma fixação irredutível na querelância, não apenas religiosa, mas também financeira, para garantir o poder. Muito embora a humanidade viva, na sua grande maioria, na infância, nos seus laivos de medo irracional e de raiva aguerrida, tal fixação não tem poder em si, e os querelantes continuam infernizando o nosso viver valendo-se dos infantis que constituem o grande acervo dos seres viventes.

Alguns poucos indivíduos evoluem para a pacificação, buscando amparar a pobreza e orientar os irracionais. A mesma pesquisa de psiquiatras, já mencionada alhures, reza que 14% da humanidade são constituídos de indivíduos normais, aqueles que, no seu viver, foram conquistando o seu espaço em consonância com a evolução esperada.

Os indivíduos adolescentes pacificadores não têm nenhum poder pois, na sua idade, não podem ocupar postos de mando e, em geral, nem autonomia financeira possuem para realizar projetos de benemerência. Os pacificadores são apenas aqueles que abandonaram o viver aguerrido dos querelantes e caminham para o viver adulto, a meta da humanidade.

Os indivíduos que atingem a adultez são uns poucos, em geral sem poder e com escasso padrão financeiro. No máximo mantém sua família em relativa segurança e equilíbrio mental. O adulto pode atingir a maturidade, que consiste na vivência do bem, além de comunitário, humanístico. Com sorte, chega à adultez cósmica, à vivência da integração com o mistério do mundo.

É necessário clarificar alguns conceitos, quais sejam o de personalidade e o de psicose. A personalidade é a expressão do organismo que conta com o caráter, que orienta, moral e eticamente o seu viver. O caráter consiste no conhecimento do bem e no viver dos conceitos nele exarados. Apenas os indivíduos com bom caráter tornam-se pessoas, buscam a paz.

A psicose, que, segundo os psiquiatras, permeia 86% da humanidade, consiste em perturbações primárias da relação da energia vital com a realidade, colocando o indivíduo à margem do comércio com o mundo, em estado de alienação, que pode manifestar-se desde a infância.

O psicólogo só trata a neurose, que compreende as fixações do indivíduo nas fases da angústia, do medo irracional (fobia), da raiva (obsessão) e da farsa (histeria), fixações essas observáveis desde os seis anos e que são o objeto da psicoterapia, com vistas à formação do caráter, que visa a eleição do bem como diretriz de vida que leva à paz.

Um quadro da psicose permite o diagnóstico diferencial, que mostra ao psicólogo o que não é da sua alçada tratar. Há o eixo horizontal, que explicita a esquizofrenia à esquerda e a paranoia à direita, chamado no seu todo, esquizo-paranóide, compreendendo na sua manifestação vários graus e tipos. Há o eixo vertical, que explicita a mania no alto e a depressão, melancolia, em baixo, também com seus graus e tipos, chamado de maníaco-depressivo.

Como já foi dito, o psicólogo pode tratar o psicótico educável, aquele que aceita os procedimentos psicoterapêuticos e as medicações consideradas necessárias pelo psiquiatra. A humanidade educável, aquela que abraça os 14% normais e os psicóticos educáveis, é o nosso alvo e a esperança da formação de grupos racionais em várias partes do mundo, que se entreguem, de corpo e alma, à busca do progresso em clima de paz.

Insisto em que os profissionais, aos quais cabe programar os currículos escolares desde os seis anos de idade, necessitam incluir, em todos eles, a disciplina Formação do Caráter, que consiste no estudo dos medos irracionais, da raiva e da farsa, e de como as controlar, impedindo a manifestação deles e promovendo a cordialidade como meta da convivência, em todas as fases da vida. Simples assim!

Além do que já foi claramente explanado, é necessário que o educador esteja a par de certas ocorrências na humanidade, que podem ser trazidas à tona pelos discípulos, e que precisem ser esclarecidas a fim de se enquadrarem nos contextos da ética e da moral que eles necessitam conhecer para embasar a formação do seu próprio caráter.

Atenho-me às ocorrências mais comuns, quais sejam, os governos, a homossexualidade, o estupro, o assassinato e o aborto. Quanto aos governos, onde pululam as psicoses e as neuroses, e não faltam pequenos e grandes retardos, a solução são os trâmites legais para o impedimento dos governantes incapazes, e o cuidado de não os reeleger, se for o caso.

Quanto à homossexualidade, ocorre um erro crasso de linguagem, pois o indivíduo é macho ou fêmea, e a relação é que é hétero ou homossexual. A relação hétero ou homossexual é natural da natureza, não lhe cabendo nenhuma adjetivação de patologia. No entanto, a relação heterossexual é socialmente festejada enquanto que a relação homossexual não é considerada normal pela sociedade, uma questão de preconceito.

O estupro é considerado, na psicologia e na psiquiatria, como uma agressividade contra a figura materna. O estuprador vê, em toda fêmea, a imagem daquela que o pôs no mundo, tão adverso e fugaz que ele não consegue a ele se adaptar, procurando vingar-se de sua impotência, muitas vezes também física, ao estuprar alguém.

O assassinato não é, senão, um ato de impotência do indivíduo, que se sente subjugado ou traído pelo indivíduo com o qual se relaciona sexualmente. Ele mata aquele indivíduo que, de um modo ou de outro, torna pública sua fragilidade, o que também ocorre nos campos de todas as rivalidades, quais sejam religiosas, financeiras ou de poder.

O aborto, a intervenção na vida já começada, tem sido objeto de muitas controvérsias, principalmente médicas e religiosas. De fato, o livre arbítrio da grávida parece ser a palavra final, consideradas todas as circunstâncias em que a gravidez tenha ocorrido. No entanto, não se pode deixar de glorificar a vinda de outro ser no mundo, que nos parece, a todos nós, o milagre dos milagres, a vida em si.

Outro assunto que abala a sociedade é o do usuário de drogas, sobre o qual os governos não têm nenhuma ingerência. O usuário de drogas que se droga no recesso do seu lar não se encontra ao alcance da lei e está exercendo o seu livre-arbítrio. No caso de tal uso prejudicar a saúde do indivíduo, cabe aos responsáveis por ele alertá-lo para o mal que tal uso esteja causando e levá-lo para tratamento, se o uso chegar a tal desfecho.

Convém lembrar que as medidas tomadas pelas autoridades, quando do uso das drogas em público, são tão válidas quanto quaisquer medidas reguladoras dos bons costumes. No entanto, a intervenção no comércio das drogas cria uma animosidade e uma violência sem limites, que são totalmente descabidas e só fazem lembrar a fixação dos governos na adolescência querelante.

Assim sendo, completamente voltada para a formação do caráter, espero que a humanidade toda seja alertada para a necessidade das medidas oficiais a fim de que ela constitua disciplina obrigatória nos currículos das escolas, nos seus níveis fundamental, médio e superior. Só o caráter voltado para o bem pode propiciar à humanidade uma evolução num contexto de paz, que é a meta do seu viver.

O NADA QUE SÃO OS MITOS

Com o intuito de colaborar com a elaboração da obra A teoria do Nada, estou noticiando sobre os mitos, passagens ou particularidades dos tempos fabulosos ou heroicos, que constituem a tradição que, sob a forma de alegoria, dizem respeito a um grande acontecimento natural, histórico ou filosófico.

O mito, relato fantástico de tradição oral, protagonizado por seres que encarnam as forças da natureza e os aspectos gerais da condição humana, também chamado lenda, constitui no seu todo, a mitologia, história fabulosa dos deuses, dos semideuses e dos heróis da Antiguidade.

Há várias mitologias, cada uma ligada à história de um determinado povo. Registrei dez delas, passando a enumerá-las:

1) Mitologia Grega

A Mitologia Grega reúne um conjunto de lendas e mitos que foram criados pelos gregos na antiguidade.

O objetivo principal era de explicar alguns fatos, como a origem da vida, a vida após a morte, ou até mesmo os fenômenos da natureza.

Assim, a criação das narrativas fantásticas que englobam a mitologia grega foi a maneira encontrada pelos gregos para preservarem sua história.

É importante ressaltar que a civilização grega estava baseada numa religião politeísta, ou seja, eles cultuavam diversos deuses.

Seres Mitológicos

A mitologia grega é permeada por inúmeras figuras mitológicas. Dentre as mais importantes podemos citar:

– Heróis: considerados os semideuses, ou seja, filhos de deuses com humanos. Dos heróis gregos destacam-se: Perseu, Teseu e Belerofonte.

– Ninfas: figuras mitológicas femininas sempre lindas e alegres e que cuidavam das florestas. Por exemplo, as Alseídes, ninfas das flores e bosques; as Dríades, ninfas dos carvalhos; as Nereidas, ninfas da água.

– Sereias: figuras femininas que cantavam e possuíam corpo de peixe. Podiam ser representadas com asas e cabeça e busto de mulher, tal qual as Harpias.

– Centauros: seres híbridos e fortes com corpo metade humano e metade cavalo. Destaca-se Quíron, amigo de Herácles criado por Cronos.

– Sátiros: possuíam um corpo de homem com patas de bode e chifres. São correspondentes aos faunos da mitologia romana. Dos sátiros gregos destaca-se: Pã, o Deus dos bosques.

– Górgonas: figuras femininas que possuíam cabelos de serpentes, por exemplo, a Medusa.

Deuses Gregos

Interessante observar que os deuses gregos eram figuras imortais e antropomórficas. Ou seja, eram deuses com formas humanas e que também possuíam sentimentos humanos como o amor, o ódio, a maldade, a inveja, a bondade, egoísmo, fraqueza.

Os deuses mais poderosos são os Deuses do Olimpo que viviam no topo do Monte Olimpo, eles são considerados os principais deuses do panteão grego.

Principais Deuses Gregos

– Zeus: Nascido na ilha de Creta e criado na caverna no monte Ida, Zeus é filho mais novo de Cronos e Reia. Ele teve cinco irmãos: Héstia, Hades, Hera, Poseidon e Deméter. Além disso, teve diversas esposas e filhos, sendo que a união mais conhecida é com Hera, sua irmã. Considerado o deus supremo dos céus, ele é o pai dos deuses e dos homens. Além disso, é o governante do Monte Olimpo e na mitologia romana seu correspondente é Júpiter.

– Hera: Filha de Cronos e Reia, Hera é a irmã e esposa de Zeus. Considerada a rainha dos deuses, era também cultuada como deusa da maternidade, do casamento e das mulheres. Apesar de ter um temperamento difícil, Hera era muito fiel e não teve casos extraconjugais, como seu marido, Zeus. Seus filhos são: Hebe, Ares, Hefesto, Ênio, Éris e Ilítia. Na mitologia Romana ela corresponde a deusa Juno.

– Poseidon: Filho de Cronos e Reia, Poseidon é o deus dos mares, das tempestades e dos terremotos. Isso porque tem como característica um comportamento violento e instável. Como é o deus dos mares, em algumas versões ele habita as profundezas do oceano. Teve diversos filhos, dos quais se destacam Belerofonte e Teseu. Na mitologia romana seu correspondente é Netuno.

– Atena: Filha de Zeus e Métis, Atena, também chamada de “Palas Atena”, é a deusa da sabedoria e das artes. Em algumas versões, ela nasceu da cabeça de Zeus e por isso, era muito inteligente. Protetora das cidades, Atena era uma guerreira que já nasceu armada com um escudo e um capacete. A cidade de Atenas na Grécia era a principal e recebeu o nome por conta da deusa. Com forte senso de justiça, ela permaneceu virgem. Em outras versões do mito, teve um filho com Hefesto chamado Erictônio de Atenas. Na mitologia romana ela é chamada de Minerva.

– Ares: Filho de Zeus e Hera, Ares era o deus da guerra e meio-irmão de Atena. Possuía um temperamento muito selvagem, típico de sua figura belicosa. Teve um relacionamento com Afrodite que era esposa de Hefesto e por isso, foi banido do Monte Olimpo durante um tempo. Com ela, teve alguns filhos dos quais se destacam Eros e Harmonia. Na mitologia romana seu equivalente é o deus Marte.

– Deméter: Filha de Cronos e Reia, Deméter era a deusa das estações e da agricultura. Com seu irmão Zeus, ela teve uma filha chamada Perséfone, que foi raptada por Hades, o deus do submundo. Esse momento foi muito marcante no mito da deusa e por meio de um acordo, passou a ter sua filha ao seu lado durante três estações do ano. Ela teve ainda outros relacionamentos e com isso, outros filhos como Despina e Pluto. Na mitologia Romana ela é conhecida como Ceres.

– Apolo: Irmão gêmeo de Ártemis, Apolo é filho de Zeus e de Leto. Nascido na ilha de Delos, ele é Deus do sol, das artes, da profecia, da ordem e da justiça, sendo um dos deuses mais cultuados do Olimpo. Foi alimentado com Ambrosia e néctar dos deuses, o que o transformou em um homem adulto e destemido. Teve diversos relacionamentos, do qual merece destaque o da ninfa Dafne. Note que Apolo é o único deus da mitologia grega e romana que possui o mesmo nome em ambas.

– Ártemis: Filha de Zeus e Leto, Ártemis era irmã gêmea de Apolo. Deusa da caça, dos animais, da vida selvagem, da virgindade e da Lua, ela possuía um temperamento vingativo, mas por outro lado, era protetora e amorosa. Não foi casada com ninguém e, portanto, permaneceu virgem e não teve nenhum filho. Na mitologia Romana seu correlato é a deusa Diana.

– Hefesto: Filho de Zeus e Hera, Hefesto é o deus do fogo e dos metais. Foi um grande forjador e trabalhava próximo dos vulcões com a ajuda dos gigantes de um olho só, os ciclopes. Considerado um dos deuses mais feios do Olimpo, Hefesto nasceu com uma deficiência que o deixou manco. Sua mãe ficou com vergonha da criança e o lançou do Monte Olimpo. Já adulto, ele retorna ao local de origem e se vinga de sua mãe. Na mitologia Romana ele é chamado de Vulcano.

– Afrodite: Filha de Zeus e Dione, Afrodite é deusa do amor, da beleza e da sexualidade. Muito bela, ela foi obrigada a casar com Hefesto mas ele não lhe agradava e, portanto, o traiu com Ares. Foi com ele que Afrodite teve sete filhos: Eros, Antero, Deimos, Fobo, Harmonia, Himeros e Pothos. A deusa ainda teve outros casos extraconjugais com Hermes, Apolo, Dionísio, Adônis e Anquises.

– Hermes: Mensageiro dos deuses, Hermes era filho de Zeus e da ninfa Maia. Seu nome está associado a diversos atributos como o comércio, a riqueza, a sorte, a magia, as viagens, as estradas e os ladrões. Criador do fogo, uma de suas funções foi de guiar os mortos para o mundo subterrâneo de Hades. Na mitologia romana seu equivalente é o deus Mercúrio.

– Dionísio: Também chamado de Dioniso, esse era o deus do vinho e das festas. Filho de Zeus e Sêmele, sua mãe sofreu uma armadilha de Hera e nesse episódio, ela acabou morrendo e seu corpo foi desfeito em diversos pedaços. Zeus resolveu pegar o coração da criança e o costurou na coxa, até ele nascer. Casou-se com Ariadne e ainda teve outros casos com deuses e mortais. Um dos casos mais conhecidos é sua relação com Afrodite, com quem teve o filho Priapo. Na mitologia romana ele é conhecido por Baco.

2) Mitologia Egípcia

A mitologia egípcia reúne diversos mitos, lendas e estórias que fizeram parte do imaginário religioso no Egito Antigo até a chegada do Cristianismo.

Lembre-se que na Antiguidade a religião egípcia era baseada no politeísmo, ou seja, o culto a vários deuses que ocorriam geralmente nos templos dedicados a eles.

As lendas disseminadas tinham como temas, a origem do mundo, da natureza, dos homens e dos deuses. Elas explicavam fenômenos ainda desconhecidos pela ciência, sendo, portanto, de grande importância para a construção do imaginário dos egípcios.

Os deuses egípcios possuíam características humanas, sendo que muitos deles possuíam poderes de transformação.

Assim, o zoomorfismo (formas de animais) ou antropomorfismo (formas de animais e homens) são dois conceitos que caracterizavam os deuses egípcios.

Principais Deuses Egípcios

– Ámon – O Oculto: Padroeiro da cidade de Tebas, Ámon era um dos deuses mais populares e poderosos do Egito. Era geralmente representado em uma forma humana, mas após o período conhecido como Novo Império (que se encerra no século XI a.C.) passou a ser retratado com cabeça de carneiro, simbolizando a fertilidade. Ámon significa “O Invisível”, “O Oculto” ou “O Obscuro”. Ámon era o deus do ar e do Sol. Fazia parte da “Tríade Tebana”, junto com Mut e seu descendente Khonsu, o deus da lua. Como muitos outros antigos deuses egípcios que foram assimilados com suas versões regionais, Ámon foi fundido com Rá, tornando-se Ámon-Ra.

– Mut – A Deusa Mãe: Mut, que significa “mãe” na língua egípcia, era uma das principais deusas tebanas, esposa de Ámon e mãe de Khonsu. Como mãe, exercia um papel protetor, seja nesta vida, seja no além, livrando as almas da opressão dos demônios. Venerada como a grande mãe divina, Mut era geralmente descrita como uma mulher usando duas coroas na cabeça, representando o Alto e o Baixo Egito. Às vezes ela também era retratada com a cabeça ou corpo de um abutre, ou como uma vaca, pois posteriormente ela se fundiu com Hator, outra grande mãe divina que era geralmente representada como uma mulher com rosto e chifres de vaca.

– Osíris – Senhor dos Mortos: Osíris era adorado no Egito como o deus da vida após a morte, visto que os egípcios acreditam na continuação da vida em outro plano. Na mitologia egípcia, logo após a criação do mundo o deus da terra, Zeb, e a deusa do céu, Nut, geraram filhos. Entre eles, Osíris, que se tornou Governador da Terra. Ele se casou com sua irmã Ísis. Enciumado com o sucesso de seu governo, seu irmão Seth o assassinou. Porém, usando de mágica, Ísis conseguiu trazê-lo de volta a vida.

– Hórus, seu filho com Ísis, foi o responsável por vingar sua morte. Seu herdeiro se tornou então o novo rei do Egito, enquanto Osíris desceu ao submundo, tornando-se Juiz e Senhor dos Mortos.

– Seth – O Deus do Caos: Seth era o deus do deserto e das tempestades, que mais tarde também foi associado ao caos e à escuridão. Ele era descrito como um homem com cabeça de cão e cauda bifurcada, mas às vezes ele também era representado como porco, crocodilo, escorpião ou hipopótamo. É personagem importante da lenda de Osíris e Ísis, tendo sido ele o autor do primeiro assassinato do mundo. Como resultado da crescente popularidade do culto a Osíris, Seth foi demonizado e suas imagens foram removidas dos templos. No entanto, em algumas partes do Antigo Egito ele continuou a ser adorado como uma das principais divindades.

– Ísis – A Deusa da Ressurreição: Ísis era uma deusa muito adorada pelos egípcios. Talvez a mais popular dentre todos os deuses do panteão egípcio. Era conhecida como uma divindade extremamente altruísta e generosa, sempre disposta a atender as necessidades dos outros. Na mitologia, era mãe de Hórus e esposa e irmã de Osíris. Quando seu marido foi assassinado por Seth, ela recolheu as partes de seu corpo e as uniu, trazendo-o de volta à vida. Assim, Ísis introduziu o conceito de ressurreição, que influenciou muitas religiões, incluindo o cristianismo.

– Hórus – O Restaurador da Ordem: Hórus era um dos mais importantes deuses egípcios, filho de Osíris e Ísis. De acordo com o famoso mito, ele vingou o assassinato de seu pai, matando seu tio Seth e se tornando o novo rei do Egito. Assim, conseguiu restaurar a ordem no Egito. Também adorado como o deus da luz e do céu, Hórus era geralmente descrito como uma criatura masculina com cabeça de falcão, usando uma coroa branca e vermelha. Os antigos faraós egípcios legitimavam seus governos se apresentando para o povo como o Hórus encarnado.

– Anúbis – O Embalsamador Divino: Anúbis era um deus com cabeça de chacal e corpo de homem, responsável pelo reino dos mortos antes do assassinato de Osíris. Esse deus era conhecido por mumificar os mortos e orientar suas almas para a vida após a morte. Também era o guardião dos cemitérios e das múmias.

Anúbis era descendente de Rá e Néftis, e era representado com um tom de pele preto, simbolizando os depósitos escuros do Nilo, que garantiam o sucesso do cultivo no Egito. O preto também faz referência à cor que o corpo adquire no processo de mumificação. Segundo a lenda, foi Anúbis o responsável por realizar a mumificação de Osíris, tornando-se o primeiro embalsamador.

– Rá – O deus do Sol: Rá era o deus do Sol e uma das mais importantes divindades egípcias. Ele também foi associado à construção de pirâmides e à ressurreição dos faraós, que o adoravam. Esse deus simbolicamente nascia todas as manhãs com o nascer do sol, e morria com cada pôr-do-sol, iniciando sua jornada para o submundo. Era reconhecido como um deus criador, responsável pela criação de todas as coisas, incluindo os seres vivos.

Rá era associado a Hórus e, assim como ele, era geralmente retratado como um homem com cabeça de falcão. No entanto, em vez de uma coroa branca e vermelha, Rá possuía um disco solar em sua cabeça. Muitos antigos deuses egípcios foram fundidos com Rá, e muitos foram criados por ele, como alguns dos seus rivais Ptah e Apepe.

– Thoth – O deus do Conhecimento e da Sabedoria: O deus da sabedoria, escrita e magia era frequentemente retratado como um homem com cabeça de íbis ou de babuíno. Thoth era o escriba do submundo, mestre das leis físicas e divinas, que mantinha a biblioteca dos deuses. Ele escreveu os feitiços em “O Livro dos Mortos” e “O Livro de Thoth”, que continha os segredos do universo. Thoth era considerado o deus mais instruído da história antiga, e também desempenhou um papel importante em muitos mitos egípcios, agindo como um árbitro entre as forças do bem e do mal.

– Hator – A deusa da Maternidade: Hator era a deusa associada à dança e à música, mas também era conhecida como a Senhora do Céu, da Terra e do Submundo. Ela era muito popular entre os antigos egípcios e era vista como sábia, gentil e afetuosa tanto para os vivos quanto para os mortos. Ela protegia as mulheres durante a gravidez e o parto, e também era adorada como deusa da fertilidade. Hator foi mais frequentemente retratada como uma mulher com cabeça ou chifres de vaca.

– Sekhmet – A Deusa da Guerra e da Cura: Sekhmet, a deusa da guerra, era descrita como uma figura que tinha cabeça de leão. Ela era conhecida como “A Poderosa”, que destruiu os inimigos de Rá e ajudava os faraós contra seus oponentes. Sekhmet também estava associada à medicina e à saúde. Seu retrato de mulher leoa ou com cabeça de leão frequentemente incluía o disco solar, um símbolo da realeza e autoridade divina dos faraós egípcios.

– Wadjet – A Protetora do Faraó: Wadjet era a protetora do faraó, o Hórus vivo. Ela era retratada como uma cobra naja e sua imagem era frequentemente incluída na insígnia real, como um símbolo de soberania sobre o Egito.

Segundo a mitologia, Wadjet estava sempre pronta para atacar qualquer potencial inimigo do faraó. Às vezes ela também era descrita como uma mulher com duas cabeças de cobra. Nas representações de Wadjet também era utilizado o disco solar, um emblema utilizado nas coroas dos antigos governantes do Egito.

– Maat – A Deusa da Verdade: Maat era a deusa da verdade, justiça, moralidade, ordem e harmonia. Ela simbolizava o equilíbrio natural do universo, sendo o oposto do caos. Ela era tipicamente retratada como uma mulher com uma pena de avestruz na cabeça.A cerimônia da “Pesagem do Coração”, conforme descrita no Livro dos Mortos, ocorria no Salão de Maat. Essa cerimônia nada mais era que um julgamento pós-morte, onde o coração da alma da pessoa morta era pesado: caso o coração fosse mais leve que a pluma de Maat, ela estava autorizada a ingressar no paraíso. Caso contrário, o coração era atirado ao monstro Ammit, que o devorava. Fosse quem fosse, do mais pobre ao mais poderoso dos reis, nada escapava ao julgamento de Maat.

– Bastet – A Deusa Felina: Bastet era uma deusa felina, representada como um gato ou uma mulher com cabeça de gato. Ela era a filha do deus do sol Rá e estava intimamente associada ao gato doméstico. Bastet era adorada por sua natureza maternal e protetora e era frequentemente pintada cercada por gatos. Porém, também se acreditava que ela era feroz quando necessário, pois os gatos conseguiam matar as cobras, uma das criaturas mais mortais do antigo Egito.

– Anuket – A Deusa da Fertilidade: Ao lado de outros deuses ligados à fertilidade, como Khenmu (seu marido) e Satis, Anuket é uma divindade relacionada às águas, especificamente à catarata da cidade de Aswan, a primeira catarata que o rio Nilo forma em solo egípcio. Deusa da fertilidade, Anuket também está associada à sexualidade. Era adorada especialmente em Elefantina, uma ilha no rio Nilo localizada no sul do Egito, muito próxima à cidade de Aswan.

– Ammit – A Deusa Devoradora de Almas: sua figura realmente não é das mais simpáticas. Como se não bastasse a cabeça de crocodilo, da cintura para baixo ela é um hipopótamo e da cintura para cima um leopardo. Conforme dito, quando falamos da deusa da verdade Maat, que Ammit era, segundo a mitologia egípcia, uma divindade devoradora. Ela ficava no Salão da Justiça, sob a balança de Maat, só esperando as ordens para comer os corações daquelas almas que, em vida, haviam cometido atos indignos.

– Ptah – O Deus de Mênfis: Ptah é descrito como um dos deuses mais antigos do panteão egípcio. Era o patrono de Mênfis, capital do Egito durante a chamada “Era das Pirâmides”, no 3º milênio a.C. Reconhecido como deus criador, está associado à fertilidade e à construção. Era padroeiro dos artesãos e dos escultores, atividades relacionadas ao trabalho com elementos como a terra e a pedra.

– Bes – O Deus Anão: Bes, conhecido como o deus anão, era uma divindade muito popular no Antigo Egito. Apesar de não haver templos em sua homenagem, as pessoas adoravam Bes. Elas acreditavam que esse deus era capaz de protegê-las do mal e por isso enfeitavam objetos do cotidiano e amuletos com a sua imagem.

Ele geralmente era representado como um anão com longas barbas, orelhas e nariz grandes e a língua de fora. Uma curiosidade sobre as representações de Bes é que, ao contrário do que acontecia com outras divindades, ele era representado olhando para a frente.

3) Mitologia Romana

A mitologia romana é o conjunto dos mitos e lendas que compunham a religião na Roma Antiga, civilização itálica que surgiu no século VIII a.C., com a fundação de Roma, e durou até o declínio do Império Romano, no século V d.C. A religião dos romanos era politeísta. Ou seja, os romanos adoravam muitos deuses, entidades que exerciam, segundo a crença, uma função protetora.

De um modo geral, os deuses romanos podem ser classificados em:

Deuses domésticos, cuja função era zelar pelo lar e pela família, a célula da sociedade.

Deuses que se ocupavam de cuidar do Estado, da cidade, ou seja, dos assuntos de interesse coletivo, como a agricultura, o comércio e a guerra.

Principais Deuses Romanos

– Júpiter: Júpiter é o Zeus do Olimpo. Na mitologia grega, é o chefe supremo, Senhor do Céu e das Nuvens, e por isso é representado empunhando um raio. É, basicamente, o deus dos fenômenos celestes, como o vento e o trovão, e na hierarquia do Olimpo ocupa o primeiro lugar. Em Roma, era considerado o grande guardião do Estado e representava virtudes como a justiça e a honra. Júpiter era muito importante e adorado por todos os romanos. Era sob a sua proteção que os senadores decidiam a guerra. Antes de partir, os generais pediam sua bênção e, em caso de vitória, davam-lhe presentes.

– Netuno: Na mitologia grega, Netuno é Poseidon, irmão de Zeus. Na divisão do Universo, coube a Poseidon as águas salgadas. Por isso, tornou-se Senhor do Mar. Como as atividades marítimas eram muito importantes para os gregos, Poseidon ganhou entre os gregos um lugar de destaque. Os romanos já possuíam divindades ligadas ao elemento água antes da helenização de sua mitologia. O especialista em mitologias Félix Guirand afirma que talvez Netuno fosse, na sua origem, uma divindade a quem os romanos se dirigiam para pedir chuva nos períodos de estiagem. Com a influência grega, Netuno recebe de Poseidon a soberania dos mares.

– Minerva: Minerva corresponde à Atena da mitologia grega, a filha de Zeus que, segundo o mito, não foi gerada por nenhum ventre. Zeus a criou, já adulta, sendo a sua filha preferida. Representa, entre outras coisas, a sabedoria, e seu símbolo é a coruja. É a deusa da cidade e da civilização. Entre os romanos, Minerva é a junção da Atena com uma divindade etrusca. Era adorada por todos os romanos, mas em especial pelos artesãos e artistas. Também era considerada uma divindade guerreira, pronta para defender o Estado contra os inimigos de fora.

– Marte: Marte é um deus muito importante na mitologia romana. Isso porque ele é, segundo a lenda, o pai de Rômulo e Remo, os gêmeos que foram abandonados num cesto no rio Tibre. De acordo com o mito, ambos foram amamentados por uma loba e mais tarde criados por um pastor. Rômulo se tornaria o fundador da cidade de Roma. Era cultuado como o Deus da Guerra, da primavera e da juventude. Associou-se a ele Ares, deus pouco cultuado entre os gregos. Já entre os romanos Marte, com sua armadura reluzente e suas armas poderosas, era objeto de uma adoração fervorosa. Talvez fosse o mais popular dentre todos os deuses romanos.

– Jano:Jano é um deus genuinamente romano. Originalmente um deus solar, Jano estava na origem de todas as coisas. Segundo o mito, Jano é quem ensinou aos itálicos, futuros romanos, a usar embarcações e o dinheiro. Protegeu o Capitólio da invasão dos Sabinos, fazendo brotar do solo uma fonte de água escaldante. O Templo de Jano ficava no Fórum Romano e suas portas ficavam fechadas em tempos de paz e abertas em tempos de guerra. É o Deus das Portas, sejam elas públicas ou privadas. Seus símbolos são a chave, para abrir e fechar portas, e a vara, para afastar intrusos. Sua dupla face (bifronte) lhe permite olhar para o exterior e o interior da casa. Por extensão, tornou-se o deus das comunicações, dos portos e das estradas.

– Juno: Corresponde à deusa grega Hera. É a esposa e a irmã de Júpiter. Originalmente, era chamada de Lucina, nome que vem da palavra luz. Por isso, Juno é a Deusa da Luz, bem como a divindade responsável por cuidar das mulheres, do casamento e da gravidez. Enquanto Deusa da Luz, é também deusa do parto. Era a protetora das mulheres, invocada sobretudo por aquelas que tinham dificuldade para engravidar. Por tudo isso, era considerada a divindade do nascimento e da fecundação.

– Apolo: Este deus preservou o nome grego quando foi introduzido na religião romana. É filho de Zeus, responsável por matar a terrível serpente Píton com suas flechas certeiras. Um dos deuses mais adorados na Antiguidade, Apolo era considerado o Deus da Verdade, responsável pela ligação entre o mundo dos deuses e o mundo dos homens. Prova disso era o Oráculo de Delfos, instituição importantíssima na Grécia Antiga. Acreditava-se que Apolo podia ajudar os homens a conhecer a vontade divina. Em Roma, o primeiro templo em homenagem a Apolo, conhecido como Templo de Apolo Médico, foi construído no século V a.C., no período da República. Segundo o historiador romano Tito Lívio, o que teria motivado a construção do templo foi uma promessa feita ao deus estrangeiro durante uma grave epidemia ocorrida alguns anos antes.

– Baco: Baco é outro deus estrangeiro assimilado pelos romanos. Originalmente, é o Liber Pater (“Pai Livre”), deus itálico ligado à fertilidade da terra e, por consequência, à fecundidade. Baco é o outro nome do deus grego Dionísio, Deus do Vinho, que os romanos associaram a Liber Pater. Nos Bacanais, festas religiosas dedicadas ao Deus do Vinho, louvava-se ao deus através dos excessos carnais, da embriaguez e da liberalização dos costumes. Por isso, hoje em dia a palavra “bacanal” tornou-se sinônimo de orgia.

– Mercúrio: É o deus romano do comércio. Mercúrio vem da raiz latina merx, que significa “mercadoria”. De protetor dos comerciantes, tornou-se também protetor dos viajantes após a identificação com o deus grego Hermes, conhecido mensageiro de Zeus.

– Vênus: Originalmente, Vênus é uma antiga divindade romana da vegetação. É identificada com a grega Afrodite, Deusa do Amor e da Beleza. E tal como Afrodite, era descrita pelos poetas romanos como a manifestação maior da beleza, diante da qual a Terra se enche de flores e alegria.

– Saturno: Diz o mito que Saturno, para contrariar uma profecia que dizia que ele seria destronado por um filho, devorou todos os seus filhos logo após o nascimento. Só Júpiter escapou, salvo pela sua mãe, Reia. Anos mais tarde, a profecia se cumpriu. Saturno, então, deixou a Grécia e foi morar no Capitólio, local onde seria erguida a futura Roma. Lá, após ser acolhido por Jano, tornou-se rei dos povos itálicos, ensinando-lhes a cultivar a terra. Era venerado pelos romanos como o Deus da Agricultura, representante das riquezas dos campos. Havia festas dedicadas a ele, com muitos comes e bebes e marcadas pelo desregramento e pela desordem, conhecidas como Saturnais, tradicionalmente realizadas entre 17 e 23 de dezembro. O auge das Saturnais foi no século III a.C.

– Vulcano: Vulcano é um dos deuses latinos mais antigos. É, ao lado de Vesta, uma divindade do fogo, identificado como deus grego Hefesto. Vulcano é o Deus do Fogo. Mas o fogo de Vulcano não é o do Sol, nem o doméstico. É o fogo que vem das profundezas da Terra. Não é difícil imaginar que a palavra “vulcão” tenha derivado justamente do nome desse deus romano.

4) Mitologia Nórdica

A mitologia nórdica ou germânica foi desenvolvida nos países escandinavos ou nórdicos, como as atuais Suécia, Noruega, Finlândia, Islândia e Dinamarca.

Da mesma forma que a mitologia grega, romana e egípcia, a mitologia nórdica possui grande importância na configuração da cultura dos antepassados desses povos.

Constituída de deuses, heróis, anões, gigantes, serpentes, lobos e feiticeiros, as lendas relatam acontecimentos que procuram explicar a origem da humanidade, a vida após a morte, fenômenos da natureza, dentre outros.

Por ser crença entre vários povos é também chamada de mitologia viking ou germânica.

Mundos

A mitologia nórdica é composta por 9 mundos:

– Midgard: terra média e reino dos humanos, que corresponde ao planeta terra (mundo físico). Jord é a deusa guardiã desse mundo.

– Asgard: separado do mundo dos humanos por imensos muros, Asgard é reino dos deuses (mundo superior, os céus) e seu guardião é Heimdall. Seus líderes são Odin, o deus maior da mitologia nórdica e Frigga, a deusa da fertilidade.

– Niflheim: governada pela deusa Hel, deusa do inferno e filha de Loki, Niflheim corresponde ao reino do gelo e do frio onde se encontram gigantes e anões do gelo.

– Vanaheim: mundo de repouso dos deuses Vanir, local onde nasceu Njord, deus protetor dos navegadores e o principal do clã dos Vanir.

– Svartalfheim: local onde os deuses subterrâneos, chamados de svartálfar, moravam. Seu líder é Hoder, deus cego, irmão de Balder, deus da justiça e filho de Odin e Frigga.

– Jotunheim: reino dos gigantes, chamados de Jotuns, sendo que sua principal cidade é Utgard. Seu líder é Thrym, rei dos gigantes.

– Nidavellir: reino dos anões que está localizado nos subterrâneos de Midgard. Seu líder é Vidar, deus da vingança e filho de Odin.

– Muspelheim: reino do fogo, onde vivem os gigantes de fogo. Seu líder é Surtr, o gigante de fogo.

– Álfheim: reino dos elfos, seres mágicos de aparência humana e enorme beleza.

– Bifrost: é o nome dado a ponte de ligação entre o reino dos deuses, Asgard, e o reino dos homens, Midgard.

– Yggdrasil: Árvore mítica e sagrada da mitologia nórdica, considerada a árvore da vida e que sustenta os nove mundos. Ela é o eixo do mundo e suas profundas raízes os conectam.

– Valhalla: Valhalla, chamada de “Salão dos Mortos”, corresponde a residência dos deuses, ou seja, o local onde eles eram recebidos após a morte honrada nas batalhas.

– Ragnarök: Na mitologia nórdica, Ragnarök corresponde ao local do destino final dos deuses. A batalha de Ragnarök aconteceu na região de Midgard entre as forças do bem e do mal, resultando no fim do mundo e de todas as criaturas sejam deuses, heróis, gigantes, monstros. Note que, diferente das outras mitologias, na mitologia nórdica, os deuses não são eternos e com a batalha de Ragnarök, muitos deles morrerão, dando origem a outros novos.

Deuses da Mitologia Nórdica

– Odin – Deus supremo de todos, da sabedoria, da guerra, da poesia e líder de Aesir e quem governava Asgard. Sem dúvida o ícone mais complexo e misterioso da mitologia nórdica, com muitas qualidades controversas em um só personagem.

– Frigga – A principal deusa nórdica, esposa do poderoso Odin, deusa da fertilidade e do amor, união e casamento.

– Loki – Deus da travessura e trapaças, irmão de Thor e muito familiar para todos nós, ocupava uma ambivalente e única posição entre os deuses, gigantes e outros seres.

– Thor – Deus dos raios e trovões, filho mais velho de Odin e um dos deuses mais fortes da mitologia nórdica e associado à lei e ordem de Asgard, sendo guardião dos deuses nórdicos.

– Sif – É dita como deusa das batalhas e habilidade em combate; no entanto, outras fontes citam a falta de referências confiáveis a respeito de seu papel como deusa e sua personalidade. Os únicos fatos com certa procedência seriam seu cabelo muito longo e louro e ser esposa de Thor.

– Mimir – São controversas suas definições, sendo referido como gigante e como um deus extremamente sábio que trabalhava como conselheiro dos demais deuses.

– Aegir – Deus nórdico dos mares, equivalente à Poseidon, casado com Ran e temido com respeito pelos marinheiros.

– Dag – O deus do dia.

– Dellingr – Pai de Dag, portanto, considerado deus do amanhecer.

– Eir – Deusa da cura, na maioria das vezes com ervas.

– Forseti – Deus da justiça, porém, muitas vezes está em associação com desejos de vingança. Forseti era um dos deuses mais fortes.

– Búri – O primeiro dos deuses nórdicos, a raiz de toda a raça divina dessa mitologia, avô de Odin, criado pela vaca Audumla.

– Freia – Quase uma Afrodite, Freia era a deusa da fertilidade, do sexo, sensualidade, música, flores, amor e luxúria

– Bragi – Deus da eloquência e poesia, também filho de Odin e marido de Idun.

– Frey – Irmão de Freia, um deus representado por sua beleza e força, em comando da prosperidade, agricultura e tempo.

– Gefjiun – Outra deusa relacionada à terra. Deusa da fertilidade, abundância, agricultura e prosperidade. Muitas deusas representam pontos similares, portanto, são como derivações de um mesmo “tipo” de deusa.

– Iduna – Deusa relacionada aos pomares das maçãs da imortalidade e juventude. Muitas histórias perversas estão relacionadas à essa deusa, como adultério e seu romance com o assassino de seu irmão.

– Kvasir – Um deus ou ser criado por deuses e deusas de ambos os clãs Aesir e Vanir após a guerra entre ambos, como símbolo de união.

– Gullveig – Uma deusa bruxa com poderes e força, intimamente ligada à ambição por ouro e poder, apresentou a magia ao clã Aesir.

– Hela – Também conhecida como Hel, era a deusa do mundo dos mortos, filha de Loki.

– Heimdall – Deus guardião do reino de Asgard que residia no topo da ponte arco-íris, Bifrost.

– Fulla – Também conhecida como “Abundantia”, era a deusa da abundância e irmã de Frigga.

– Hoenir – Deus do clã Aesir com características obscuras. Em alguns contos é dito como o mais temido dos deuses, em outros, como o deus da criação humana.

– Modi e Magni – Deuses da coragem e da força, respectivamente, eram ambos filhos de Thor e irmãos de Thrud.

– Balder – Deus conhecido por sua gentileza e sabedoria, filho de Odin e Frigga.

– Njord – Deus da riqueza, fertilidade e mares, pai de Frey e Freia e protetor dos navegantes.

– Skadi – Deusa gigante que um dia foi casada com Njord, mas sem sucesso. Como gigante, ela absorveu um pouco do perfil obscuro, frio e mortal; no entanto, devido ao seu título na época de casada, ela possuía um caráter mais benevolente. Era deusa do inverno.

– Sol e Mani – Divindades responsáveis pelas forças do Sol e da Lua, respectivamente.

– Tyr – Deus da guerra, mas, mais que qualquer outro, realizava suas ações de acordo com as leis e a justiça.

– Uller – Filho de Sif, era um deus com excelentes capacidades de esqui, arco e flecha, guerrilha, sendo considerado por algumas fontes como deus do julgamento e patrono da agricultura.

– Vidar – Um dos deuses da nova geração que sobreviveu ao Ragnarok e vingou seu pai Odin. Vidar é descrito como o deus silencioso e como o mais forte dos deuses depois de Thor.

– Vili e Vé – Descritos como os primeiros deuses reais de Aesir que existiram. Ambos os nomes fazem referência ao sagrado: Vili como “consciência intencional”, com algumas referências apontando-o como responsável por dar os dons da emoção e pensamentos para a humanidade, e Vé como o “sagrado”, responsável por dar o poder da palavra e da fala.

5) Mitologia Japonesa

A mitologia japonesa tem uma história que remonta mais de 2.000 anos. Essa mitologia inclui um grande número de divindades, como Izanami, Izagani, Amaterasu e Inari. São deuses, deusas e espíritos, cujas histórias dizem respeito à criação do mundo, à fundação das ilhas do Japão e às atividades de divindades, seres humanos, animais e criaturas mágicas.

Principais deuses japoneses e espíritos

Na mitologia japonesa, tudo na natureza tem um kami, uma divindade ou espírito que habita aquele corpo. E além de deuses, Kami também pode ser usado para descrever os espíritos de entes queridos falecidos ou espíritos animais. Como resultado, o panteão japonês é enorme!

Segundo a mitologia, existem oito milhões de kami (八百万). Esse é um número tradicionalmente usado para expressar o infinito no Japão.

Por todo o Japão, mitos e lendas locais contam sobre o kami de um lugar em particular, como uma rocha, uma floresta ou montanha. Esses Kami podem ser bons ou ruins, podem ser incrivelmente poderosos, expressar forças da natureza, e alguns possuem papéis muito importantes nos mitos e histórias do país.

– Izanami e Izanagi – Os deuses da criação: as duas divindades criadoras mais importantes são Izanagi e sua irmã Izanami. Segundo os mitos, eles criaram a terra com uma lança decorada com joias. Usando essa lança, eles conectaram o céu e a terra e agitaram o mar entre eles; cada vez que uma gota de água caía da lança, uma ilha era criada. Eles também deram origem a muitos dos outros deuses e deusas da mitologia japonesa.

– Amaterasu – A deusa do Sol e do universo: Amaterasu é a deusa do Sol e do universo, e é considerada por muitos a mais importante dos deuses xintoístas. O imperador é considerado como descendente direto de Amaterasu, e isso foi muito enfatizado durante o período do Xintoísmo do Estado, de 1868 a 1945, quando o xintoísmo funcionava como uma organização governamental. Amaterasu é responsável por trazer luz ao mundo e pela fertilidade, e seu santuário em Ise é o mais importante do Japão.

– Tsukiyomi e Susanoo – Deuses da lua e da tempestade: Amaterasu tem dois irmãos: o deus da lua Tsukiyomi e Susanoo, um deus poderoso e violento que é frequentemente associado a tempestades. Dos dois, Susanoo desempenha um papel mais importante na mitologia, aparecendo em uma série de grandes lendas, incluindo várias histórias com Amaterasu.

– Inari – O kami das raposas: Inari é o kami de tudo que é importante no Japão, incluindo arroz, chá, fertilidade, amor e sucesso. Ele usa raposas como seus mensageiros terrestres, e como resultado, este animal é muito respeitado no Japão.Muitos santuários japoneses têm um pequeno santuário ao lado dedicado às raposas. É comum fazer oferendas para esses animais, e muitos santuários têm estátuas para elas.O deus Inari aparece em poucos mitos, mas ele é importante por causa de sua associação com o cultivo de arroz, a principal cultura de alimento no Japão. E como ele também é associado à prosperidade, Inari é o patrono dos comerciantes e fabricantes de espadas.

– Shitenno – Os deuses protetores: Shitenno são quatro deuses aterrorizantes que vieram do hinduísmo e são conhecidos por proteger os templos budistas japoneses. Cada deus está associado a uma direção, estação, virtude e a um elemento.Em muitos casos, os Shitenno são retratados como demônios, mas a tradução de seu nome significa literalmente “Quatro Reis Celestiais”.

– Raijin e Fujin – Deuses dos raios e dos ventos: Raijin é o kami de raios, trovões e tempestades e tipicamente é representado com martelos e cercado por tambores. Já Fujin é o kami do vento, sendo retratado segurando um saco de vento.Raijin e Fujin costumam aparecer juntos, e ambos são divindades muito temidas no Japão, devido aos danos que os tufões e tempestades causaram no país ao longo dos séculos.Esses kami frequentemente aparecem juntos nas portas dos santuários, como forma de proteção, e todos os visitantes devem passar pelo olhar dessas divindades assustadoras.

– Hachiman – O patrono dos guerreiros: Uma das divindades mais populares da mitologia japonesa é Hachiman, um patrono dos guerreiros. O personagem de Hachiman é baseado no imperador Ôjin, que viveu em 300 d.C e era conhecido por suas habilidades militares.Segundo a mitologia, depois que Ôjin morreu, ele se tornou o deus Hachiman. Nos anos 700, ele se tornou parte do panteão xintoísta.

– Jizo – O guardião das crianças e do parto: Estátuas de Jizo são geralmente pequenas, e aparecem em grande número nos templos de todo o Japão. Há certamente mais de 1 milhão de estátuas dele no país, e geralmente elas são doadas por pais que perderam seus filhos.Segundo a crença japonesa, as crianças que morrem antes dos seus pais não podem cruzar o mítico Rio Sanzu, que leva para a vida pós-morte, pois elas não acumularam boas ações suficientes. Essas crianças seriam condenadas a ficar para sempre nas margens do rio, empilhando pequenas pedras. Mas segundo o mito, Jizo as ajuda a atravessar o rio, escondendo-as em seu manto.

– Agyo e Ungyo – Os guardiões de Buda: Agyo e Ungyo são os temíveis guardiões de Buda que frequentemente ficam na entrada dos templos japoneses.

Agyo é um símbolo da violência. Ele sempre é representado mostrando os dentes, segurando uma arma ou de punhos cerrados. Já o Ungyo é um símbolo de força. Sua boca está sempre fechada e geralmente ele mostra suas mãos vazias como um gesto de confiança.

– Kannon – Deusa da misericórdia: Kannon é a deusa budista da misericórdia. Ela é um Bodhisattva – aquele que alcança a iluminação, mas que adia o seu estado de Buda até que todos possam ser iluminados.Muitos templos japoneses são dedicados à adoração de Kannon, e ela também foi destaque em imagens cristãs japonesas na era Edo.No século 17, o cristianismo foi proibido no Japão, mas os cristãos japoneses continuaram a adorando em segredo. Esses cristãos fizeram estátuas de Kannon que se pareciam muito com a imagem católica romana de Maria, incluindo símbolos como cruzes. Algumas dessas estátuas sobreviveram e podem ser vistas nos templos japoneses até hoje.

– Benzaiten – Deusa da fluidez: Benzaiten, ou Benten, é a deusa de tudo que flui: seja palavras, eloquência ou música. Na imaginação popular, ela também está associada ao amor, e é uma das 7 deusas da sorte do Japão.É comum que os santuários dedicados à Benzaiten sejam considerados locais românticos entre casais japoneses.

– Yebisu – Deus dos pescadores: Yebisu é o deus dos pescadores, da sorte e o guardião da saúde das crianças pequenas. Ele é um espírito alegre, apesar de sua vida difícil. Geralmente ele é representado como um sujeito gordinho usando um chapéu, e carregando uma vara de pescar.Também conhecido como Ebisu, esse kami nasceu sem ossos e lutou para sobreviver. Na idade de dois anos ele foi lançado no mar, e segundo o mito, ele conseguiu sobreviver, criar ossos e voltou do mar como um deus.

– Tengu – O monstro pássaro: Tengu é um monstro pássaro japonês que muitas vezes assume a forma humana. Por muito tempo, eles foram considerados inimigos do budismo, por corromper seguidores e monges. No entanto, nos tempos modernos, eles são vistos como protetores das florestas e montanhas sagradas.Segundo a tradição, eles vivem nas árvores de áreas montanhosas, e gostam de brincar com os humanos.

– Sugawara no Michizane – Um kami vingativo: Sugawara no Michizane foi um proeminente poeta e político japonês que foi exilado por seus rivais no ano 901. Pouco tempo depois, ele morreu de forma solitária. Imediatamente após sua morte, Kyoto foi atingida por terríveis relâmpagos e inundações. Os filhos do imperador morreram em acidentes incomuns, e a peste e a seca se espalharam pelo Japão. O governo atribuiu isso ao espírito vingativo de Sugawara no Michizane. Para tentar reverter a situação, eles restauraram sua posição e status, e tentaram destruir todas as evidências de sua punição. Quando os desastres continuaram, eles concederam a seu espírito o título de Kami, construindo um santuário em Kyoto em sua homenagem. Depois disso, finalmente os desastres terminaram.

– Taira no Masakado – O samurai: Taira no Masakado foi um samurai que desafiou a corte imperial em Kyoto. Ele conquistou grandes partes do Japão antes de ser derrotado em batalha em 940. Sua cabeça foi trazida para Tóquio e seu kami foi consagrado no Santuário Kanda. Ele era popular entre as pessoas porque desafiou o governo. Dizem que sua revolta foi precedida por terremotos, enxames de borboletas, eclipses lunares e arco-íris em Kyoto. Taira no Masakado é considerado um Kami extremamente poderoso, que deve estar constantemente satisfeito ou então a má sorte é certa.

6) Mitologia Hindu (Hinduísmo)

O hinduísmo é uma filosofia de ordem religiosa que reúne várias tradições culturais e valores que vieram de diferentes povos. Além disso, é considerada a religião mais antiga do mundo e tem cerca de 1,1 bilhão de adeptos. Apesar de ter tantos seguidores, o dado que mais impressiona é outro: existem mais de 33 milhões de deuses hindus.

A princípio, no Hinduísmo Védico, havia o culto a deuses tribais como Dyaus, deus supremo que gerou outros deuses. Posteriormente, com a adaptação de outras religiões aos cultos, surgiu o Hinduísmo Bramânico e criou-se o culto a trindade formada por Brahma, Vishnu e Shiva. Existe ainda uma terceira fase dentro da mitologia, chamada de Hinduísmo Híbrido, em que há adaptações de influências de outras religiões, como cristianismo e islamismo.

Os deuses hindus são chamados de Devi e Devas. Grande parte deles são avatares, ou seja, apenas a manifestação física das entidades imortais.

Principais deuses hindus

– Agni – divindade do fogo: Um dos mais importantes deuses indianos que surgiu na antiguidade. Sua descrição é de uma divindade que não se manifesta fisicamente, mas por meio de uma energia que é capaz de transformar internamente

– Brahma – deus da criação: O deus que criou o cosmos e todo o universo. É o primeiro da trindade Hindu e é conhecido também por ser o deus da criação e do intelecto. Ele possui 4 rostos, que simbolizam as escrituras sagradas do hinduísmo, e 4 mãos que carregam um rosário, um vaso de água, um livro e um lótus.

– Durga – deusa da proteção: Também conhecida como Amba e Bravani, é uma das representações da mãe divina. Ela protege a todos aqueles que são justos e que tiverem bravura no coração. Ela tem oito braços, que carregam armas para proteger a humanidade.

– Ganesha – senhor dos obstáculos: Um dos deuses indianos mais populares do mundo. Concede sabedoria e sorte, tirando os obstáculos do caminho. Ele é filho de Shiva e Parvati e possui uma cabeça de elefante, que se tornou uma característica marcante.

– Hanuman – símbolo da força e devoção: O deus das causas impossíveis! Ele é adorado como um símbolo de força e esperança. Junto com Rama ele luta contra o mal. Dentre os deuses indianos, ele é o que lembra que todos possuem um poder ilimitado e que são capazes de enfrentar tempos difíceis.

– Indra – deus da guerra: Um dos primeiros deuses indianos e o mais importante de todos! Ele é o deus responsável pela derrota do mal supremo. Em sua representação ele aparece montado em um elefante branco e possui quatro braços.

– Kali – a furiosa mãe do tempo: Ela é uma das formas mais ferozes de Shakti, e é representada com um colar de cabeças, oito braços, oito pernas e possui a cabeça de Shiva nas mãos. Dentre os deuses indianos, é a que tem uma força natural para destruir tudo.

– Kartikeya – deus da guerra: É o irmão de Ganesha e é filho de Shiva e Parvati. Sua missão era derrotar o demônio Tarak e somente ele poderia fazer isso. Ele foi o comandante das forças divinas na batalha contra o mal. É representado como um homem bonito, carregando armas e montado em um pavão.

– Krishna – deus da devoção: É uma das formas que Vishnu assume e uma das mais poderosas. Para os povos Hindus ele não é apenas um herói, mas é também amigo e mestre. Ele traz o equilíbrio, a alegria divina e o amor.

– Lakshmi – deusa do dinheiro e da riqueza: Sempre lembrada por aqueles que estão com dificuldades financeiras e precisam de uma ajuda. Ela governa a riqueza e a prosperidade, tanto material quanto espiritual.

– Parvati – a deusa do amor e da fertilidade: É uma das 3 grandes deusas Hindus. É esposa de Shiva e mãe de Ganesha e Kartikeya. Ela é conhecida por trazer beleza e sustento ao casamento. Para o Shaktismo, ela é a fonte do poder de Shiva, já que ela é representada com 2 braços quando está com o marido, e com 4 ou 8 braços quando está sozinha.

– Rama – modelo de ação e virtude: Também é mais uma das formas de Vishnu, é considerado o deus da verdade e da virtude. Por causa da sua compaixão e coragem, ele é visto como a perfeita personificação da humanidade.

– Saraswati – deusa da sabedoria: É considerada uma das 3 grandes deusas indianas. É a deusa do conhecimento, da arte, da música e da sabedoria. Ela é mulher de Brahma e mãe dos Vedas. Ela é adorada pelos seguidores que buscam por compreensão e conhecimento. Ela é representada como uma linda mulher, com 4 braços e repleta de jóias.

– Shakti – a grande mãe: Assim como Brahma, ela é considerada um ser supremo. Ela é a força cósmica primordial e o aspecto energético dos deuses indianos. Na terra, ela se manifesta na forma das deusas Saraswati, Parvati e Lakshmi, formando a trindade feminina do hinduísmo, chamada de Trivedi.

– Shiva – deus da destruição: Enquanto Brahma é o deus da criação, e Vishnu é a preservação da vida, Shiva veio para ser a destruição da vida e completar a trindade Hindu. Ele é considerado tranquilo e protege seus seguidores dos males. Ele não traz o caos, mas a ordem. Seu papel é destruir o universo para que Brahma possa cria-lo, mantendo um ciclo de destruição, criação e proteção.

– Surya – deus do sol: Seu reino era na esfera solar, até onde os raios do sol pudessem tocar. Domingo é o dia de devoção a Surya, por ser um dia solar. Os fiéis, nesse dia, comem apenas uma refeição e fazem pedidos em prol da saúde e proteção contra pesadelos.

– Varuna – deus da imortalidade: Ele é o guardião da imortalidade! Dentre os deuses indianos, ele é representado como um homem de pele amarela, com uma armadura dourada e 4 braços. Geralmente, costuma vir montado em um animal com características terrestres e marinhas.

– Vishnu – deus da preservação: Ele faz parte da trindade Hindu, junto a Brahma e Shiva. Seu papel é manter o equilíbrio entre o universo e o Dharma (comportamento justo). Tem 4 braços em sua representação, o que mostra a onipotência e onipresença dele. Ele é frequentemente visto sentado em cima de uma serpente, o que representa sua capacidade de permanecer em paz mesmo diante do medo.

– Yama – deus da morte: Também faz parte dos deuses indianos antigos! Ele é o governante do submundo Hindu e aplica punições aos mortos, de acordo com o pecado deles em vida. Yama é representado muitas vezes como um homem azul, que segura uma maçã e um laço, montado em um búfalo.

7) Mitologia Asteca

Os Astecas ou Aztecas foram um povo que habitou o centro-sul do México atual. Provinham de Aztlan. Sua mitologia era rica em deuses e criaturas sobrenaturais. Assim como os romanos, os astecas incorporavam à sua religião divindades dos povos que conquistavam.

O povo asteca era politeísta, isto é, acreditavam em mais de um deus, e algumas divindades eram elementos naturais como a água, a terra, o fogo, o vento e a lua. As divindades também eram atribuídas a coisas que lhes causavam medo.

Era comum a representação de deuses através de templos e obras gigantescas. Eles acreditavam que quanto maior a obra ou o templo maior era a adoração que esse Deus considerava. Para representar os deuses também eram criadas máscaras e objetos de cerâmica. Todo o conhecimento religioso era registrado em livros chamados de Códices, uma espécie de bíblia asteca. Os códices também continham imagens que representavam os deuses.

Principais deuses astecas

– Huitzilopochtli, pai dos astecas: Huitzilopochtli (pronuncia-se Weetz-ee-loh-POSHT-lee) era o deus patrono dos astecas. Durante a grande migração de sua lendária casa de Aztalan, Huitzilopochtli disse aos astecas onde eles deveriam estabelecer sua capital, Tenochtitlan, e os incentivou a seguir seu caminho. Seu nome significa “Colibri da Esquerda” e ele era o patrono da guerra e do sacrifício. Seu santuário, no topo da pirâmide do Templo Mayor em Tenochtitlan, foi decorado com crânios e pintado de vermelho para representar sangue.

– Tlaloc, deus da chuva e das tempestades: Tlaloc (pronuncia-se Tláh-lock), o deus da chuva, é uma das divindades mais antigas de toda a Mesoamérica. Associado à fertilidade e à agricultura, suas origens remontam a Teotihuacan, aos Olmecas e às civilizações Maias. O santuário principal de Tlaloc era o segundo santuário depois do de Huitzilopochtli, localizado no topo do Templo Mayor, o Grande Templo de Tenochtitlan. Seu santuário foi decorado com faixas azuis representando chuva e água. Os astecas acreditavam que o choro e as lágrimas dos recém-nascidos eram sagrados para o deus e, portanto, muitas cerimônias para Tlaloc envolviam o sacrifício de crianças.

– Tonatiuh, Deus do Sol: Tonatiuh (pronuncia-se Toh-nah-tee-uh) era o deus do sol asteca. Ele era um deus nutritivo que fornecia calor e fertilidade ao povo. Para fazer isso, ele precisava de sangue sacrificial. Tonatiuh também era o patrono dos guerreiros. Na mitologia asteca, Tonatiuh governou a era em que os astecas acreditavam viver, a era do Quinto Sol; e é o rosto de Tonatiuh no centro da asteca.

– Tezcatlipoca, Deus da Noite: O nome de Tezcatlipoca (pronuncia-se Tez-cah-tlee-poh-ka) significa “Espelho Fumegante” e ele é frequentemente representado como um poder maligno, associado à morte e ao frio. Tezcatlipoca era o patrono da noite, da morte, e em muitos aspectos representava o oposto de seu irmão Quetzalcoatl. Sua imagem tem listras pretas no rosto e ele carrega um espelho de obsidiana.

– Chalchiuhtlicue. Deusa da Água Corrente: Chalchiuhtlicue (pronuncia-se Tchal-chee-uh-tlee-ku-eh) era a deusa da água corrente e de todos os elementos aquáticos. Seu nome significa “ela da saia de Jade”. Ela era a esposa e / ou irmã de Tlaloc e também era a padroeira do parto. Ela é frequentemente ilustrada vestindo uma saia verde / azul da qual flui um fluxo de água.

– Centeotl, deus do milho: Centeotl (pronuncia-se Cen-teh-otl) era o deus do milho e, como tal, era baseado em um deus pan-mesoamericano compartilhado pelas religiões olmecas e maias. Seu nome significa “Senhor sabugo de milho”. Ele era intimamente relacionado a Tlaloc e geralmente é representado como um jovem com uma espiga de milho brotando de seu cocar.

– Quetzalcoatl, a serpente emplumada: Quetzalcoatl (pronuncia-se Keh-tzal-coh-atl), “a Serpente Emplumada”, é provavelmente a divindade asteca mais famosa e é conhecida em muitas outras culturas mesoamericanas, como Teotihuacan e os Maias. Ele representou a contrapartida positiva de Tezcatlipoca. Ele era o patrono do conhecimento e do aprendizado e também um deus criativo.

Quetzalcoatl também está ligado à ideia de que o último imperador asteca, Montezuma, acreditava que a chegada do conquistador espanhol Cortés era o cumprimento de uma profecia sobre o retorno do deus. No entanto, muitos estudiosos agora consideram este mito como uma criação dos frades franciscanos durante o período pós-Conquista.

– Xipe Totec, Deus da Fertilidade e do Sacrifício: Xipe Totec (pronuncia-se Shee-peh Toh-tek) é “Nosso Senhor com a pele esfolada”. Xipe Totec era o deus da fertilidade agrícola, do oriente e dos ourives. Ele geralmente é retratado vestindo uma pele humana esfolada, representando a morte do velho e o crescimento da nova vegetação.

– Mayahuel, Deusa de Maguey: Mayahuel (pronuncia-se My-ya-whale) é a deusa asteca da planta maguey, cuja doce seiva (aguamiel) era considerada seu sangue. Mayahuel também é conhecida como “a mulher dos 400 seios” para alimentar seus filhos, a Centzon Totochtin ou “400 coelhos”.

– Tlaltecuhtli, Deusa da Terra: Tlaltechutli (Tlal-teh-koo-tlee) é a monstruosa deusa da terra. Seu nome significa “Aquela que dá e devora a vida” e ela exigiu muitos sacrifícios humanos para sustentá-la. Tlaltechutli representa a superfície da terra, que com raiva devora o sol todas as noites para devolvê-lo no dia seguinte.

8) Mitologia Etrusca

Os Etruscos representam uma das civilizações da antiguidade que habitaram a península itálica a partir do século IX a.C., antes dos Romanos. Eles desenvolveram uma cultura original, e, para a época estavam bem evoluídos em relação a sua arte (artesanato, arquitetura, escultura) e engenharia.

Ainda que os etruscos sejam pouco conhecidos, em relação aos romanos e gregos, eles foram uma das civilizações mais poderosas da antiguidade e que apresentam uma notória herança histórica, artística e cultural.

A sociedade etrusca era aristocrática e diferente da civilização grega, as mulheres participavam da vida pública. A estrutura política era baseada na monarquia absoluta, donde reinava um soberano. Abaixo dos aristocratas estavam os artesões e comerciantes, e, por fim, os escravos.

A economia etrusca era baseada na agricultura, na mineração, fundição de metais e no comércio. A navegação foi uma das atividades exploradas pelos etruscos sobretudo para expansão do comércio. Com isso, eles influenciaram outros povos da Antiguidade, inclusive os romanos, quando estes venceram diversas batalhas e conquistaram as regiões da Etrúria.

Na religião, a civilização etrusca era politeísta, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses dos quais se destacam: Tínia, Uni e Menrva. O alfabeto etrusco era diferente de qualquer uma das civilizações antigas, por exemplo, Roma e Grécia. Supostamente, os fenícios o influenciaram, e mais adiante, os etruscos influenciaram a língua grega e parte do latim.

Principais deuses etruscos

– Aita: O Deus etrusco do submundo, idêntico a Hades dos Gregos e a Plutão dos Romanos.

– Alpan: A Deusa etrusca do amor e do submundo, pertencente aos Lasas, e normalmente apresenta-se nua.

– Ani: O Deus-Céu etrusco que vive no paraíso norte. Tem bastantes semelhanças com Juno dos Romanos.

– Aplu: O Deus etrusco do raio e do trovão, normalmente apresentando-se com uma coroa de louros na sua cabeça, empunhando um bordão numa mão e um raminho de louro na outra. Aplu tem bastantes semelhanças com Apolo dos Gregos.

– Artume: Deus etrusca da noite e da morte, sendo também a personificação do crescimento na natureza. É uma entidade comparável a Artemis, dos Gregos.

– Atunis: O Deus etrusco que é a “versão” do grego Adónis. Normalmente encontra-se na companhia de Turan, a Deusa do amor.

– Carontes: Estes são os demónios etruscos da morte.

– Charun: Demónio etrusco da morte que atormenta as almas daqueles cujo fim último é o submundo. É ele quem guarda a entrada para o submundo, e é semelhante ao grego Charon. Charun apresenta-se com o nariz de um abutre, orelhas pontigudas e com asas. O seu instrumento é o martelo, com o qual terminava a existência das suas vítimas.

– Culsu: A demónio etrusca que guarda a entrada do submundo, os seus instrumentos são a tocha e a tesoura.

– Evan: A Deusa etrusca que personifica a imortalidade pessoal. Evan é um dos Lasa.

– Februus: Deus do submundo e da purificação.

– Feronia: Uma Deusa etrusca do fogo e da fertilidade

– Fufluns: Deus etrusco da vegetação, da vitalidade e da alegria, filho da Deusa-Mãe Semia. Tem muitas semelhanças com Dionísio e Baco.

– Horta: Deusa etrusca da agricultura.

– Laran: O Deus etrusco da guerra. Apresenta-se como um jovem nu usando capacete e uma lança

– Lasa: Entidades femininas guardiãs das sepulturas. Encontram-se muitas vezes na companhia de Turan, a Deusa do amor. As Lasa apresentam-se com asas, mas também sem elas. Os seus instrumentos são espelhos e coroas (como as de louros).

– Losna: Deusa etrusca da Lua

– Mania: Guardiã do submundo juntamente com Mantus.

– Mantus: Deus etrusco do submundo, associado com a cidade de Mantua (a cidade actual de Mantova).

– Menrva: A Deusa etrusca semelhante a Atena, e apresentada de forma semelhante com capacete, lança e escudo. Menrva nasceu da cabeça de um Deus, Tinia, fazendo parte da triade Tinia-Uni-Menrva.

– Nethuns: O Deus etrusco da água. Originalmente era dos poços, mas depois passou também a ser Deus do mar. Semelhante a Poseidon e a Neptuno, sendo os seus instrumentos o tridente, a âncora, o cavalo-marinho e o golfinho

– Nortia: Deusa etrusca do destino e da fortuna. O seu instrumento é um grande prego, espetado no início do ano no seu santuário, como símbolo da fertilidade. O seu templo estava localizado em Volsini, o centro da Federação Etrusca, a cidade actual de Bolsena.

– Selvans: Deus estrusco que antecede Silvanus, Deus romano.

– Sethlans: Deus etrusco do fogo e dos ferreiros. Aparência semelhante a Efesto e a Vulcano.

– Tages: Uma entidade etrusca de grande sabedoria. Aparecia normalmente num bosque ou clareira do mesmo quando um campo era recentemente semeado e ensinava os Etruscos que ali se reuniam as artes da divinação e presciência. Tages apresenta-se como um jovem que tem serpentes como pernas. Esta arte especial etrusca de divinação, mais tarde aplicada também pelos Romanos, foi descrita nos Libri Tagetici.

– Thalna: A Deusa etrusca do nascimento. Apresenta-se muitas vezes na companhia do Deus Tinia, que se pensa ser o seu consorte.

– Thesan: A Deusa etrusca da aurora e a patrona do nascimento. Tem semelhanças com a entidade Aurora dos Romanos.

– Tinia: Deus supremo dos Etruscos, vive na parte norte do Céu. Ele gere os limites sagrados das terras, vigia-os e certificava-se de que não eram violados. Juntamente com a sua mulher e com Menrva forma uma tríade de entidades divinas. Os seus instrumentos são um conjunto de raios, uma lança e um ceptro. Os Romanos ligavam-no, como é óbvio, a Júpiter. Esta entidade foi, na verdade, introduzida em Roma durante a monarquia etrusca, entre 650 e 510 aEC.

– Tuchulcha: Uma demónio etrusca do submundo. É uma criatura de aparência funesta, com asas, cabelo formado por serpentes e o bico de um pássaro.

– Turan: A Deusa etrusca do amor, da saúde e da fertilidade, patrona da cidade de Vulci, situada na província italiana actual de Viterbo. Turan apresenta-se como uma jovem com asas nas costas. Os animais que a simbolizam são o cisne negro e o pombo, e as Lasas acompanham-na, sendo que a sua equivalente romana é Vénus.

– Uni: Deusa suprema do panteão etrusco, Deusa suprema do Cosmos e da cidade de Perúgia. Juntamente com o marido, Tinia e a Deusa Menrva, forma uma tríade divina. Uni é semelhante a Hera dos Gregos e a Juno dos Romanas.

– Vanth: A demónio etrusca da morte que vive no submundo. Tendo olhos nas suas asas ela tudo vê e é omni-presente. Ela é a mensageira da morte e assiste as pessoas doentes no leito da morte. Os seus símbolos são a serpente, a tocha e a chave.

– Veive: O Deus etrusco da vingança, apresentando-se como um jovem usando um ramo de louro e empunhando flechas numa das suas mãos. Um bode esté sempre a seu lado.

– Voltumna: Também conhecido como Veltha, é um deus ctónico dos Etruscos, mais tarde elevado a Deus supremo. Ele é o Deus patrono da federação de 12 cidades-estado etruscas, sendo que o centro do seu culto se situava em Volsini. Os Romanos deram-lhe o nome de Vertumnus.

9) Mitologia Celta

Os celtas são um povo de origem muito antiga, que vivia na região da Grã-Bretanha e Europa há cerca de 3000 anos a.C. Por ser um povo de sabedoria e cultura milenar, a mitologia celta teve variações nas suas diferentes regiões, tendo dois principais grupos de deuses: os da mitologia celta continental e os da mitologia celta irlandesa.

Mitologia celta continental

Esse é o panteão dos deuses celtas cultuados pelas tribos que habitavam parte da Europa continental, principalmente nas regiões da Alemanha, Hungria, Grécia e Ásia Menor.

– Sucellus – o deus da agricultura: É o deus da agricultura e da bebida alcoólica. Retratado como um homem velho, forte e com barba. Em algumas versões, é representado com uma coroa de folhas na cabeça e um cão de caça ao seu lado. Seus símbolos são: um martelo utilizado na fertilidade da terra ou um bastão com uma caneca de bebida. Como conta a mitologia celta, quando ele tocava com o martelo no chão, era capaz de dar início a uma nova primavera.

– Taranis – o deus do trovão: A forma Toranos significa precisamente “trovão”. É um deus guerreiro. Taranis tem uma carruagem que causa o barulho de trovões e raios. A roda é um símbolo famoso do deus, que representa o seu raio. Esse deus define a dualidade da vida, por, ao mesmo tempo, simbolizar o caos da tempestade e a importância da água, proveniente das chuvas. O deus Taranis lembra o rei Zeus da mitologia grega, pois, além de ser o deus do trovão, também é representado esteticamente parecido com Zeus: com barba e um raio na mão.

– Cernunnos – o deus dos animais e das colheitas: É um dos deuses mais antigos da mitologia celta. Ele tem chifres de cervo que representam as suas habilidades e a sua sabedoria. Costuma ser retratado em cima de um caldeirão, chamado de Gundestrup.

É o deus dos animais. Tem o poder de se transformar no que ele quiser. Seus animais preferidos são a cobra, o veado e o lobo. Cernunnos é um deus poderoso que pode controlar os animais e promover a abundância das colheitas. É um deus que tem seus poderes relacionados à natureza.

– Dea Matrona – a deusa mãe: É a deusa mãe, seu nome significa: “divina deusa mãe”. Dea Matrona é a deusa da maternidade e da fertilidade. Costuma ser retratada por três mulheres, cada uma com um objeto diferente. Às vezes, é representada com um peixe, com uma cesta de frutas ou amamentando um bebê.

– Belenus (Bel) – o deus do sol: O deus brilhante. É o deus do sol e do fogo. Também chamado de deus da cura e da agricultura. Seus símbolos são um cavalo e uma roda. É representado com um disco solar ao redor da sua cabeça.

– Epona – a deusa da terra e protetora dos animais: Seu nome significa: a “grande égua”. É a deusa da fertilidade, da terra e do vigor. É a deusa protetora dos cavalos, das mulas e dos burros. Aparece muitas vezes representada ao lado de um cavalo branco, montando um cavalo ou domando um cavalo. Às vezes, é também representada com dois cavalos.

Foi uma deusa também bastante cultuada pela Roma Antiga.

Mitologia celta irlandesa

Esse é o panteão dos principais deuses celtas cultuados pelas tribos irlandesas.

– Dagda – o deus da magia e da abundância: O “bom deus”. Um deus gigante, retratado de modo alto e forte. Entre os seus poderes, é conhecido como um deus da fertilidade, do amor, da magia e da sabedoria. Pelo seu tamanho, é um deus que tem uma enorme fome. Ele tem um caldeirão mágico, em que pode fazer o que quiser para comer. Por meio deste caldeirão, pode também alimentar outras pessoas. Por essa razão, é o deus celta da abundância e generosidade. Dagda também tem uma clava ou bastão de duas pontas, que serve tanto para ressuscitar pessoas, de uma ponta, quanto para matá-las, da outra ponta. Com esta arma, pode matar até nove pessoas de uma vez. Outro símbolo seu é a harpa, que é utilizada para trazer tranquilidade e harmonia. O deus foi casado com Morrigan, com quem teve os filhos: Brigit, Midir, Bodb e Ogma.

– Lugh – o deus dos ferreiros: Lugh é o deus dos ferreiros e dos ofícios em geral. É um deus artesão. Seu nome significa “luz”, por isso é muitas vezes conhecido como “o brilhante”. Lugh é também definido como um deus guerreiro, um deus do fogo, que traz a luz no lugar da escuridão.Criou uma lança mágica que pode matar qualquer coisa.

– Morrigan – a deusa rainha: O significado do seu nome é “deusa rainha”. É a deusa do amor, da morte e da guerra.Ela é uma deusa que vê a guerra com sabedoria. Morrigan é capaz de transformar-se em outros animais, como o lobo e o corvo. Quando assume a forma de corvo em batalhas, é sinal de que a morte está se aproximando para o guerreiro que vê o animal. O corvo é sua face de maior sabedoria, que conhece e compreende a morte. Essa ave faz a morte ser vista como uma passagem para outro ciclo, sem ser temida. Como conta a mitologia celta, Morrigan acompanha tanto batalhas de deuses quanto de mortais.

– Brigit – a deusa da fertilidade e do fogo: Filha de Dagda, é a deusa do lar, da cura, da fertilidade e da arte. Ela é também relacionada a animais da fazenda, especialmente o gado. A luz, o fogo e o nascer do sol também são algumas das associações feitas com a deusa celta.

– Finn Maccool – o deus gigante: Um deus herói, salvou reis da Irlanda de um monstro goblin. É definido como um caçador-guerreiro e profeta, é um deus gigante.

– Manannán Mac Lir – o deus dos mares: O deus dos mares e do mundo dos mortos. Seu nome significa “filho do mar”. Ele é mestre da magia, tendo um barco mágico, puxado pelo cavalo Aonharr (“espuma de água”). Com esse barco, o deus celta viaja em grande velocidade. Pode também desaparecer com o uso de uma capa mágica. O símbolo de Manannán é a Tríscele, espécie de espirais, que representam a sua relação com o mar.

10) Mitologia Chinesa

A mitologia chinesa foi criada pela conjugação de diversos elementos, alguns dos quais com origem em tempos imemoriais e outros provindos das três religiões majoritárias na China: o Taoísmo, o Confucionismo e o Budismo.

São várias as hipóteses que a mitologia da China aponta para a origem do mundo, variando de acordo com os locais e mesmo as etnias. Uma das origens do mundo, considerada filosófica, mais do que mitológica, foi o vapor, que formaria os dois princípios do Yin e do Yang para criar tudo aquilo que vive, sendo uma segunda a da separação de diferentes matérias sobrepostas até se criarem a Terra e o Céu.

Principais mitos e deuses chineses

– Panku (Pangu) cria o mundo: As primeiras mitologias chinesas contêm muitas histórias dos governantes maravilhosos dos tempos antigos, mas não há histórias de criação. A história de Panku (aka Pangu) é provavelmente a versão chinesa mais próxima de um mito da criação. Pangu é a figura central nas lendas taoístas chinesas da criação. Dizem que Pangu, o primeiro homem, foi criado a partir do óvulo cósmico e tinha dois chifres, duas presas e um corpo cabeludo. De acordo com os antigos mitos, diz-se que Pangu moldou a terra esculpindo vales e empilhando montanhas. Tudo isso foi realizado usando seu conhecimento de yin e yang, o princípio inescapável da dualidade em todas as coisas.

– Nuwa cria pessoas: Nuwa (aka Nugua), a deusa da humanidade, é uma das personagens mais populares da mitologia chinesa antiga. Segundo a mitologia, Nuwa criou a humanidade e consertou o pilar do céu e os cantos quebrados da terra que Gong Gong havia destruído em um ataque de raiva. Na mitologia chinesa, Nugua é considerada a padroeira dos casamenteiros. Como esposa de Fushi, ela ajudou a estabelecer um modelo para o casamento e regulamentou a conduta entre os sexos. Nuwa também é dito ter construído um belo palácio que se tornou o protótipo para as cidades muradas mais tarde da China. Diziam que os materiais do palácio foram preparados durante a noite por espíritos da montanha.

– Fushi Ensina o Povo: Os mitos mais antigos envolvem os 10 reis lendários ou deuses que guiaram as pessoas através de seus primórdios pré-históricos (por volta de 3000 a 2197 a.C). Eles eram semideuses (meio deuses e metade humanos), que viviam entre as pessoas e ensinavam-lhes as regras da civilização. Fushi foi o primeiro governante deste período mágico. Muitos estudiosos acreditam que sua história é baseada em um monarca real que viveu em algum momento entre 2953 e 2736 a.C. Em todas as muitas variações dessas histórias mitológicas, Fushi foi descrito como uma figura amada que ensinou habilidades de sobrevivência para os primeiros humanos. Ele ensinou as pessoas a usar fogo, cozinhar, escrever e muitas outras habilidades, como caça, pesca e adivinhação. Alguns mitos descrevem Fushi como tendo o corpo de um humano, enquanto outros o descrevem como tendo a cabeça de um humano e o corpo de uma cobra. Em muitas histórias, ele é considerado o marido de Nuwa e eles são os criadores da civilização.

– Guerra da Água: Gong Gong (também conhecido como Kang Hui), um deus da água chinês, é um dos personagens freqüentemente descritos na antiga mitologia chinesa. Ele é descrito em histórias como tendo cabelo vermelho e cauda de serpente. Gong Gong foi creditado em vários textos mitológicos como sendo responsável por inundações destrutivas. Ele lutou para ganhar o controle da terra logo após a criação das pessoas. Antes de Gong, Zhurong, o deus do fogo, governou o mundo pacificamente. Mas quando Gong se tornou o governante, ele queria expandir sua influência aumentando a quantidade de água no universo, ou seja, sete décimos de água para três décimos de terra seca. Então ele enviou fortes chuvas e chegou perto de destruir o mundo em uma feroz luta pelo poder com Zhurong. Para neutralizar as forças destrutivas tanto de Gong quanto de Zhurong, Nuwa, o criador de pessoas, aparece neste mito. Gong é frequentemente visto como um antigo deus destruidor e é culpado por muitas outras catástrofes cósmicas. Por todas as contas, Gong Gong acaba sendo morto ou enviado para o exílio.

– Yu reconstrói a terra: O mito sobre Yu, o Grande é baseado em lendas chinesas que datam de 2205 a 2197 a.C. Como todos os semideuses nos tempos antigos, Yu, o Grande, podia se transformar em formas diferentes sempre que necessário. Ele poderia se transformar em um urso, um dragão ou um humano. Yu é considerado o primeiro a passar seu status de governante para seus descendentes, criando a primeira dinastia, a dinastia Xia. No entanto, devido à falta de qualquer evidência arqueológica, a dinastia Xia ainda permanece um mito. Uma das muitas lendas sobre Yu fala de seu extraordinário nascimento, onde um homem chamado Gun foi instruído a controlar uma grande inundação. Ele roubou um pedaço de terra mágica do céu para represar a água. Furioso com ele, o Shangdi, ou divindade suprema, emitiu uma ordem para sua execução. Após cerca de três anos, o corpo de Gun, miraculosamente preservado, foi aberto e um filho trouxe à tona. Ele era Da Yu, aquele que, depois de anos de muito trabalho, fornecia saídas para o mar através de dragagem, com a ajuda de dragões, tornando a terra adequada para a habitação humana.

– O Grande Arqueiro Yi: Em muitas mitologias chinesas antigas, podemos ver deuses ajudando as pessoas. Mas o Grande Arqueiro Yi é um dos poucos mortais que ajudou os deuses. Ele é caracterizado por sua grande habilidade no tiro com arco. Acredita-se que Hou Yi tenha vivido entre 2436 e 2255 a.C. Mitos sobre ele estão ligados ao povo da parte sudoeste da China. Yi foi um dos arqueiros mais famosos da época. Acredita-se que Yi salvou a lua durante um eclipse e resgatou o país de uma variedade de surtos. Diz também que Hou Yi derrubou nove dos dez sóis que estavam queimando a terra nos tempos pré-históricos.

– A Deusa da Lua: Chang-O (ou Chang’e), a deusa chinesa da lua, é o tema de várias lendas da mitologia chinesa. O mito da deusa da lua gira em torno de Hou Yi, o arqueiro, o elixir da vida, um imperador benevolente e a lua. Esta história popular e interessante sobre Chang-O leva você para o passado distante onde os 10 filhos do Imperador de Jade foram transformados em 10 sóis. Os 10 sóis subiram ao céu e queimaram a terra, ameaçando a sobrevivência da humanidade. O arqueiro Yi derrubou nove desses sóis e deixou apenas um. Yi foi então recompensado com o elixir da imortalidade. Um dia, quando Yi estava caçando, seu aprendiz Feng Meng invadiu sua casa e tentou obter o elixir da mulher de Yi, Chang’e. Mas Chang’e se recusou a dar o elixir para Feng Meng e bebeu tudo sozinha. Como consumiu isto, ela ficou sem peso e voou para cima, para os céus, e ficou na lua como um refugiado.

– A profecia do unicórnio: O mito da profecia do unicórnio surgiu em torno da vida de Confúcio. Esta história introduz o unicórnio, o chi-lin, que é considerado um animal sagrado para os chineses. Ele tem pouca semelhança com o unicórnio dos mitos europeus e é uma mistura de muitas criaturas, incluindo veados, bois, dragões e cavalos. O chi-lin tem sido descrito nos mitos como um animal pacífico e tímido que deixa os inocentes em paz, mas se enfurecido, atacará as pessoas más com seu chifre. Dizem que soldados leais bordaram o emblema do chi-lin em suas roupas para mostrar como eram obedientes. Durante o século 14, uma girafa verdadeira foi enviada para a corte imperial e muitos observadores afirmaram que era a reencarnação da mítica chi-lin.

– O Mito do Macaco: Um funcionário do governo chamado Wu Ch’eng-em, em seu romance popular, Journey to the West, conta o mito sobre o Rei Macaco, Sun Wukong. Sun Wukong é o macaco mais famoso da China. Dizem que ele nasceu de um ovo de pedra que veio de uma rocha mágica na Montanha das Frutas e Flores. De acordo com a mitologia, Sun costumava ser muito desobediente e ansioso para dominar o mundo e foi preciso muito esforço para domá-lo. O Rei Macaco é caracterizado por sua natureza gananciosa, mas alegre, curiosa e extremamente popular. Mais tarde em sua vida, ele se tornou um companheiro leal ao monge Xuanzang em sua jornada aventureira da China para a Índia e vice-versa.

– A mitologia da peregrinação: A mitologia da peregrinação fala principalmente sobre Kwan Yin, a deusa da misericórdia e da compaixão. Na maioria dos mitos, ela é retratada como uma mulher segurando uma criança, vestida de branco e sentada em um lótus. Ela foi dita ter sido assassinada por seu próprio pai. Ela chegou no inferno recitando livros sagrados e o rei do inferno estava muito zangado com ela. Ele a mandou de volta ao mundo dos vivos, onde ela obteve percepções espirituais de Buda e, mais tarde, foi abençoada com a imortalidade. O templo de Kwan Yin, localizado no cume do Pico Maravilhoso, sempre atraiu muitos peregrinos. A mitologia da peregrinação também fala sobre como o budismo foi introduzido e floresceu na China. A mitologia diz que O Rei Macaco se converteu ao budismo, mas continuou a usar o conhecimento e as habilidades taoístas para combater o mal.

Espero que meu escopo de contribuir para a Teoria do Nada, tenha sido colimado com este pequeno acervo sobre os mitos.

Fontes: google/wikipédia/todamateria/históriaantiga

O NADA QUE SÃO OS MILAGRES

Com o intuito de colaborar com a elaboração da obra A Teoria do Nada, exarada no primeiro capítulo dela, estou noticiando sobre os milagres, fatos sobre naturais, opostos às leis da natureza, efeitos cuja causa escapa à razão humana. O milagre, ou miráculo, do latim miraculum, do verbo mirare, maravilhar-se, é, pois, um acontecimento dito extraordinário que, à luz dos sentidos e dos conhecimentos até então disponíveis, não possuindo explicação científica ainda conhecida, dá-se de forma a sugerir uma violação das leis naturais que regem os fenômenos ordinários.

Os milagres têm ocorrido, principalmente, no âmbito da Igreja Católica, que se sobrepôs às demais Igrejas, por muito tempo, mas, na atualidade, segundo o IBOPE, Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, está perdendo grande número de fiéis para Igrejas de menor gabarito e pior nível cultural.

Segundo o número de santos, registrados na Santa Sé, mais de vinte mil, pode dizer-se que há, no mínimo, quarenta mil milagres reconhecidos como tais, pois a canonização de cada santo, no seu ritual, exige o reconhecimento de dois milagres, no mínimo. Do milagre de São Teófilo, ocorrido no século XIII, considerado o primeiro de que se tem notícia, não encontrei registro; da mesma forma, estão faltando os quarenta milagres de Nossa Senhora, que teriam ocorrido no século XIV, exarados na dramaturgia.

Por muitos séculos, autores cristãos revisaram, discutiram e analisaram os milagres atribuídos a Jesus nos Evangelhos. Na maioria dos casos, os estudiosos associaram cada milagre com ensinamentos específicos que refletem as mensagens de Jesus. Os milagres feitos por Jesus são mencionados em duas seções do Corão (Suras 3:49 e 5:110) em traços gerais, com poucos detalhes ou comentários.

Os eventos narrados nos evangelhos antes do ministério de Jesus, como a Anunciação, e eventos grandiosos e centrais da vida do próprio Jesus, como a Ressurreição, geralmente ficam fora da lista dos milagres de Jesus Cristo. Também, milagres atribuídos a Jesus depois de sua Ascensão não estão listados nessa categoria.

Quanto aos milagres de Jesus, exarados nos Evangelhos, e que são em números de trinta e seis, compilei os dos Evangelhos de São Mateus, Marcos, Lucas e João, que mais me tocaram, e que passo a transcrever ipsis líteris:

1) Bodas de Caná da Galileia é uma perícopa (episódio) bíblica narrada exclusivamente no Evangelho de João (João 2:1-11). A transformação da água em vinho durante estas bodas é considerado como o primeiro dos milagres de Jesus.

O milagre em Caná é contado como um dos Mistérios Luminosos do Santo Rosário.

João 2:1-11 afirma que durante um casamento em Caná, para o qual Jesus fora convidado com seus discípulos, acabou-se o vinho. A mãe de Jesus então diz ao filho:“Eles não têm mais vinho”, ao que Jesus responde:“Que tenho eu contigo, mulher? ainda não é chegada a minha hora.”. A mãe de Jesus então pede aos servos que façam o que Jesus mandar. Ele ordenou que eles preenchessem os vasilhames com água e tomassem um pouco dela para servir ao presidente da mesa. Após prová-la, e sem saber de onde vinha essa porção, ele congratulou o noivo por não seguir o costume de servir primeiro o bom vinho, servindo-o por último. João adiciona ainda que:“Com este milagre deu Jesus em Caná da Galiléia princípio aos seus milagres, e assim manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.”.

2) O exorcismo na sinagoga de Cafarnaum é um dos milagres de Jesus, relatado em Marcos 1:21-28 e Lucas 4:31-37.

De acordo com os evangelhos, no sabbath, Jesus e seus discípulos foram para Cafarnaum e Jesus começou a pregar. As pessoas ficaram maravilhadas com seus ensinamentos, pois ele os passava com autoridade e não da forma dos doutores da Lei. Neste momento, um homem que estava na sinagoga e que estava possuído por um espírito maligno gritou“Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a perder-nos. Bem sei quem és, és o Santo de Deus! Jesus repreendeu-o, dizendo: Cala-te e sai desse homem. O espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele.” (conforme o Evangelho de Marcos).

As pessoas ficaram novamente espantadas e perguntaram umas às outras:“Que é isto? uma nova doutrina com autoridade! ele manda aos próprios espíritos imundos, e eles lhe obedecem!”. Notícias sobre Jesus então se espalharam por toda a região.

3) A pesca milagrosa é a forma como nos referimos a um de dois eventos da vida de Jesus nos Evangelhos. Os milagres ocorreram com anos de diferença entre si, mas em ambos os casos os apóstolos estão tentando pescar sem sucesso no Mar da Galileia quando Jesus pede-lhes que tentem uma vez mais lançar as redes, ao que eles são recompensados com uma grande quantidade de peixes.

4) A ressurreição do filho da viúva de Naim

Lucas o descreve assim:

“Em dia subseqüente dirigia-se Jesus para uma cidade chamada Naim, e iam com ele seus discípulos e uma grande multidão. Ao aproximar-se ele da porta da cidade, eis que levavam para fora um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e vinha com ela muita gente da cidade. Logo que o Senhor a viu, compadeceu-se dela, e disse-lhe: Não chores. Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: jovem, eu te mando, levanta-te. Aquele que havia estado morto, sentou-se e começou a falar; e Jesus o entregou à mãe dele.” (Lucas 7:11-15)

5) Jesus curando o leproso é um dos milagres de Jesus, citado em Mateus 8:1-4, Marcos 1:40-45 e Lucas 5:12-16. De acordo com o relato nos evangelhos. quando Jesus voltou das montanhas, uma grande multidão passou a segui-lo. Um homem, acometido de lepra, veio e se ajoelhou defronte a ele dizendo:“Senhor, se quiseres, bem podes tornar-me limpo.”

Jesus estendeu as mãos e tocou-o, dizendo“Quero; fica limpo!” Imediatamente ele se curou e então Jesus disse a ele: “Olha, não o digas a alguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e fazer a oferta que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho.”.

Ao invés disso, o homem falou abertamente sobre o milagre, espalhando a notícia sobre Jesus e, como resultado, Ele não pôde mais entrar livremente em cidade alguma sem causar confusão. Ainda assim, as pessoas continuavam a vir de todos os lugares para vê-Lo.

6) Jesus curando o filho do oficial real é um dos milagres de Jesus e aparece apenas no Evangelho de João (João 4:46-54). Segundo João, o episódio aconteceu em Caná, mesmo estando o filho do oficial em Cafarnaum, a alguns quilômetros de distância.

Segundo o Evangelho de João:

“Voltou, então, a Caná da Galiléia, onde fizera da água vinho. Ali se achava um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum. Este homem, ao saber que Jesus tinha vindo da Judéia para a Galiléia, foi ter com ele e rogou-lhe que descesse para curar seu filho; porque estava à morte. Disse-lhe Jesus: Se não virdes milagres e prodígios, de modo algum crereis. Rogou-lhe o oficial: Desce, Senhor, antes que meu filho morra. Vai, disse Jesus; teu filho vive. O homem creu na palavra que Jesus lhe dissera e retirou-se. Já ele descia, quando os seus servos lhe vieram ao encontro, dizendo que o seu filho vivia. Perguntou-lhes, então, a que hora ele se sentira melhor. Eles lhe responderam: Ontem à sétima hora a febre o deixou. Reconheceu o pai ser aquela a mesma hora em que Jesus dissera: Teu filho vive; e creu ele e toda a sua casa. Este foi o segundo milagre que Jesus fez, depois de vir da Judéia para a Galiléia.” (João 4:46-54)

7) Jesus curando a sogra de Pedro é um dos milagres de Jesus, citado nos evangelhos sinóticos em Marcos 1:29-31, Lucas 4:38-41 e Mateus 8:14-15.

Nos evangelhos de Marcos e Lucas, este episódio acontece após o exorcismo na sinagoga em Cafarnaum, quando Jesus vai até a casa de Pedro. Lá ele vê a sogra do apóstolo deitada numa cama com febres muito altas. Jesus toca a mão dela, a febre desaparece, ela se levanta e passa a tratar das necessidades d’Ele.

Após este evento, os Evangelhos reportam que, ao cair da noite, o povo trouxe para ver Jesus todo o tipo de pessoas doentes ou possuídas por demônios. Deitando suas mãos sobre cada uma delas, Jesus as curou e expulsou seus demônios (Mateus 8:16-18).

8) Jesus exorcizando ao pôr-do-sol é um dos milagres de Jesus e aparece nos evangelhos logo após a cura da sogra de Pedro, em Mateus 8:16-17, Marcos 1:32-34 e Lucas 4:40-41. De acordo com o relato nos evangelhos, Jesus havia curado a sogra de Pedro e, ao cair da noite, muitos doentes e possuídos por demônios foram trazidos até Ele. Jesus então expulsou-os com uma palavra e curou todos os doentes. O episódio narrado em Mateus é:

“À tarde trouxeram-lhe muitos endemoninhados; ele com a sua palavra expeliu os espíritos, e curou todos os doentes;para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças.” (Mateus 8:16-17)

Segundo o trecho, Jesus estaria assim cumprindo a profecia de Isaías: “Verdadeiramente foi ele quem tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores.” (Isaías 53:4)

Em Lucas 4:41, conforme os demônios eram expulsos, o povo gritava:“Você é o Filho de Deus!”. Porém, Jesus os repreendeu e não permitiu que falassem, pois eles já sabiam que ele era o Cristo.

9) Jesus acalmando a tempestade é um dos milagres de Jesus, citado nos evangelhos sinóticos em Marcos 4:35-41, Lucas 8:22-25 e Mateus 8:23-27.

De acordo com os evangelhos, num final de tarde, Jesus e seus discípulos estavam cruzando o Mar da Galileia num barco quando uma forte tempestade irrompeu, com fortes ondas ameaçando o barco, a ponto de quase afundá-lo. Jesus estava na popa, dormindo sobre uma almofada, e foi acordado pelos discípulos“Mestre, não se te dá que pereçamos?”. O Evangelho de Marcos continua:

“Ele, tendo acordado, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, emudece. Cessou o vento, e houve grande bonança. Então lhes perguntou: Por que tendes medo? Como é que não tendes fé? Eles, cheios de medo, diziam uns aos outros: Quem, porventura, é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Marcos 4:39-41)

10) Jesus exorcizando o geraseno é um dos milagres de Jesus relatado nos evangelhos. Ele aparece nos três evangelhos sinóticos, especificamente em Marcos 5:1-20, Mateus 8:28-34 e Lucas 8:26-39. Em todos eles, Jesus aparece exorcizando demônios, cujo nome é dado como sendo Legião em Marcos e em Lucas.

De acordo com os evangelhos, Jesus exorcizou um homem que estava possuído na região dos gerasenos (atualmente Jerash). Mateus reporta dois homens, enquanto que Marcos e Lucas concordam que era um só. Ele estaria possuído pelo demônio conhecido como “Legião”, uma coletividade de demônios.

O Evangelho de Marcos relata o milagre como tendo ocorrido quando Jesus cruzou o Mar da Galileia para chegar até Gérasa (cujos nativos são os gerasenos). Lá, um homem possuído por espíritos malignos saiu das cavernas para encontrá-lo. Ninguém foi capaz de prendê-lo, nem mesmo com uma corrente, pois não havia ninguém forte o suficiente para dominá-lo. Ele passava noite e dia rondando pelo cemitério e nas colinas, gritando e se cortando com pedras. Quando Jesus o viu, à distância, ele correu e caiu de joelhos à sua frente. E ele gritou a plenos pulmões:“Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Por Deus te conjuro que não me atormentes.”, ao que Jesus respondeu-lhe:“Qual é o teu nome?”. “Legião é o meu nome, porque somos muitos.”. Os espíritos malígnos então imploraram para que não fossem expulsos da região. Uma grande horda de porcos estava se alimentando nas redondezas e os demônios imploraram a Jesus: “Envia-nos para os porcos, a fim de que entremos neles.”, ao que Jesus consentiu, e os espíritos malignos saíram do pobre homem e entraram nos porcos. A manada, com aproximadamente 2.000 porcos, correu ladeira abaixo até o lago e lá se afogou.

Os porqueiros que cuidavam dos porcos correram até a cidade para reportar o ocorrido e a população correu para ver o que se passava. Quando eles se aproximaram de Jesus, o grupo viu o homem que estivera possuído pela legião de demônios sentado, vestido e lúcido, e ficou com medo. Os que haviam visto a cena contaram ao povo o que havia acontecido com o homem possuído e os porcos, o que assustou ainda mais a população, que implorou que Jesus deixasse a região.

11) Jesus curando o paralítico em Cafarnaum é um dos milagres de Jesus, relatado nos evangelhos sinóticos em Mateus 9:1-8, Marcos 2:1-12 e Lucas 5:17-26. É neste episódio que Jesus diz uma de suas mais famosas frases, Levanta-te e anda!

De acordo com os evangelhos, quando Jesus entrou em Cafarnaum, o povo logo soube e veio ao seu encontro. As pessoas se ajuntaram em tamanha quantidade que não havia mais espaço para ninguém, nem mesmo ao lado de fora do recinto, e ali Jesus pregou. Quatro pessoas tentaram se aproximar trazendo um paralítico, carregando-o num colchão, e, como não conseguiram chegar perto por causa da multidão, eles fizeram um buraco no teto da sala onde estava Jesus e então baixaram, com cordas, o homem. Jesus, percebendo a firmeza da fé desses homens, disse ao paralítico:“Filho, teus pecados estão perdoados.”

Alguns doutores da Lei que estavam sentados próximos ao evento pensaram “Por que fala assim este homem? ele blasfema; quem pode perdoar pecados senão só um, que é Deus?” (Marcos 2:7).

Imediatamente Jesus soube o que eles estavam pensando em seus corações e disse-lhes:

“Por que discorreis sobre estas coisas em vossos corações? Qual é mais fácil, dizer ao paralítico: Perdoados são os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda? Para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados, disse ao paralítico: A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.” (Marcos 2:9-10)

O paralítico se levantou e, à vista de todos, partiu.

12) Jesus curando a mulher com sangramento (em latim: Haemorrhoissa) é um dos milagres de Jesus, relatado nos evangelhos sinóticos em Marcos 5:25-29, Mateus 9:20-22 e Lucas 8:43-48.

Enquanto Jesus estava indo para a casa de Jairo, uma mulher enferma na multidão avançou e tocou no manto de Jesus. Ela sofria de sangramentos constantes já havia doze anos e diversos médicos foram incapazes de curá-la. Depois de gastar tudo o que tinha, seu estado piorava a cada dia. Quando ela ouviu sobre Jesus, ela o seguiu na multidão e tocou seu manto. Imediatamente seu sangramento foi curado e ela sentiu que seu corpo estava livre da enfermidade.

Imediatamente Jesus percebeu o que havia ocorrido, se voltou e perguntou quem o havia tocado. Seus discípulos estranharam e perguntaram “Vês que a multidão te aperta, e perguntas: Quem me tocou?” (Marcos 5:31). Mesmo assim, Jesus continuou procurando à sua volta para tentar identificar quem o havia tocado. Então, a mulher, ciente de sua cura, se aproximou e se lançou aos pés de Jesus, trêmula de medo, e contou-lhe a verdade. Ele então respondeu o seguinte:

“Filha, a tua fé te curou; vai-te em paz, e fica livre do teu mal.” (Marcos 5:34)

13) A Ressurreição da filha de Jairo é um dos milagres de Jesus e está relatado nos três evangelhos sinóticos (Mateus 9:18-26, Lucas 8:40-56 e Marcos 5:21-43). No relato em Marcos, a frase em aramaico Talitha qoum (transliterada para o grego como “ταλιθα κουμ” e que pode ser traduzida como“Garotinha, eu te ordeno: Levanta!”), é atribuída a Jesus.

A história começa imediatamente após o exorcismo em Gérasa. Jairo, o chefe (um dos principais segundo Marcos 5:22) da sinagoga, pede a Jesus que cure sua filha moribunda. Porém, de acordo com Mateus, ela já estaria morta e não “morrendo”. Conforme eles seguem para a casa de Jairo, uma mulher doente na multidão toca no manto de Jesus e é curada de sua enfermidade, no episódio que ficou conhecido como “Curando a mulher com sangramento”.

Enquanto isso, a filha morreu, mas Jesus não se deteve e continuou até a casa e lá a trouxe de volta à vida. Ou, nas suas palavras, a “acordou”.

14) Jesus curando os dois cegos da Galileia é um dos milagres de Jesus, citado apenas no Evangelho de Mateus (Mateus 9:27-31).

De acordo com Mateus, na continuação da viagem pela Galileia após a cura da filha de Jairo, dois cegos o seguiram, chamando-o “Tem compaixão de nós, filho de Davi!”.

Após Jesus ter se abrigado, os dois cegos se aproximaram e Jesus perguntou se eles acreditavam que Ele seria capaz de curá-los, ao que eles imediatamente responderam que sim. Então Jesus tocou-lhes os olhos, lhes disse“Faça-se-vos conforme a vossa fé.” e eles foram curados. Após o evento, Jesus pediu-lhes que mantivessem segredo sobre o ocorrido, mas os dois não mantiveram sua promessa e espalharam a notícia por toda a região.

15) Jesus exorcizando um mudo é um dos milagres de Jesus, narrado apenas no Evangelho de Mateus (Mateus 9:32-34).

De acordo com o Evangelho de Mateus, logo que os dois cegos partiram após terem sido curados, um homem que estaria possuído por demônios e não podia falar foi trazido até Jesus, que expulsou o demônio e recuperou ao homem sua capacidade de falar. A multidão ficou espantada, afirmando que“Nunca tal se viu em Israel!”. Porém, incrédulos, os fariseus acusaram Jesus de operar seus milagres pelo poder do príncipe dos demônios.

16) A Cura do Paralítico em Betesda é um milagre de Jesus descrito no Evangelho de João (João 5:1-18)

Segue o texto:

“Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque quando a água for movida; mas enquanto eu vou, outro desce antes de mim. Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente o homem ficou são, tomou o seu leito e começou a andar. Era sábado aquele dia. Por isso disseram os judeus ao que havia sido curado: Hoje é sábado, e não te é lícito levar o teu leito. Ele respondeu: Aquele que me curou, esse mesmo me disse: Toma o teu leito e anda. Eles lhe perguntaram: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda? Mas o que havia sido curado, não sabia quem era; porque Jesus se tinha retirado, por haver muita gente naquele lugar. Depois Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha, já estás são; não peques mais, para que te não suceda coisa pior. O homem foi dizer aos judeus que Jesus era quem o havia curado. Por isso os judeus perseguiam a Jesus, porque fazia estas coisas nos sábados.” (João 5:7-18)

17) Jesus curando o homem com a mão atrofiada é um dos milagres de Jesus, relatado nos evangelhos sinóticos em Marcos 3:1-6, Lucas 6:6-11 e Mateus 12:9-13

Num sabá, quando Jesus entrou na sinagoga, os fariseus e doutores da Lei estavam procurando uma forma de acusá-lo e, com esse objetivo, passaram a segui-lo de perto para ver se ele realizaria uma cura no sabá. Jesus viu um homem com a mão atrofiada e, antes que ele pudesse curá-lo, os judeus perguntaram-lhe se era lícito curar no sabá, ao que Jesus respondeu:

“Qual de vós, tendo uma ovelha, se ela ao sábado cair em uma cova, não lançará mão dela para tirá-la?

Ora quanto mais vale um homem que uma ovelha! Logo é lícito fazer o bem nos sábados.” (Mateus 12:11-12)

E então Jesus virou-se para o homem e disse“Estende a mão!” e o curou.

18) Jesus exorcizando o cego e mudo é um dos milagres de Jesus, narrado nos evangelhos sinóticos em Mateus 12:22-32, Lucas 11:14-23 e Marcos 3:20-30.

De acordo com os evangelhos, Jesus curou um homem possuído por demônios que estava cego e mudo, recuperando-lhe tanto a voz quanto a visão. As pessoas que presenciaram o ato ficaram maravilhadas e perguntaram “É este, porventura, o filho de Davi?” (uma referência ao Messias esperado pelos judeus).

Contudo, ao ouvir a multidão, os fariseus disseram “Este não expele os demônios senão por Belzebu, chefe dos demônios.”, ao que Jesus teria respondido:

“Todo o reino dividido contra si mesmo será desolado, e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, está dividido contra si mesmo; como, então, subsistirá o seu reino? Se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expelem vossos filhos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes. Mas se pelo Espírito de Deus eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o Deus.” (Mateus 12:25-28)

19) Jesus curando a mulher enferma é um dos milagres de Jesus, narrado apenas no Evangelho de Lucas (em Lucas 13:10-17).

De acordo com Lucas, Jesus estava ensinando em uma sinagoga num sábado e uma mulher que ali estava havia sido aleijada por um demônio havia dezoito anos. Ela estava curvada e não conseguia mais se erguer. Quando Jesus a viu, ele a chamou, disse“Mulher, estás livre da tua enfermidade!” e a tocou. Ela imediatamente se ergueu e louvou a Deus.

Indignados por Jesus ter realizado a cura num sábado, o doutor da Lei na sinagoga disse à multidão“Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados, e não no sábado.”. Jesus respondeu-lhe:“Hipócritas, não desprende cada um de vós o seu boi ou o seu jumento da manjedoura no sábado para o levar a beber? Não devia ser solta desta prisão no sábado esta mulher que é filha de Abraão, e que há dezoito anos Satanás tinha presa?”.

Ao dizer isso, os seus adversários se sentiram humilhados e o povo comemorou.

20) A Divisão dos pães e peixes é o termo utilizado para se referir a dois diferentes milagres de Jesus.

João reporta que cinco pequenos pães de cevada e dois peixinhos, fornecidos por um garoto, foram utilizados por Jesus para alimentar a multidão. Ele aparece nos quatro evangelhos canônicos (em Mateus 14:13-21, Marcos 6:31-44, Lucas 9:10-17 e João 6:5-15).

De acordo com os evangelhos, quando Jesus ouviu que João Batista havia sido morto, ele recuou solitariamente para um local em Betsaida. A multidão seguiu Jesus a pé a partir das cidades da região. Quando Jesus desembarcou e viu a grande quantidade de gente presente, ele se compadeceu deles e curou seus doentes. Conforme a noite se aproximou, os discípulos chegaram até ele e disseram:“Este lugar é deserto e a hora é já passada; despede, pois, as multidões, para que, indo às aldeias, comprem alguma coisa para comer.”. Jesus respondeu:“Não precisam ir; dai-lhes vós de comer.”. Os discípulos retrucaram:” Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes” e Jesus pediu-lhes que lhos trouxessem.

Ele então ordenou ao povo que se sentasse na grama. Tomando os cinco pães e dois peixes e olhando para o céu, ele agradeceu e partiu os pães. Então ele os deu para os discípulos e eles os deram para o povo. Todos puderam comer e se satisfizeram, sobrando ainda aos discípulos doze cestos com pedaços de pão. O número dos que comeram era cinco mil homens, além das mulheres e crianças.

21) Jesus andando sobre as águas é um dos milagres de Jesus, relatado em Mateus 14:22-33, Marcos 6:45-52 e em João 6:16-21. A história conta como, logo após alimentar os 5.000, Jesus enviou os discípulos por barco até a outra margem do Mar da Galileia e ficou para trás, sozinho, para orar. A noite caiu, o vento começou a ficar mais forte e o barco acabou pego por uma tempestade. No meio dela, no escuro, os discípulos viram Jesus andando no mar. Eles ficaram aterrorizados, acreditando estarem vendo um espírito, mas Jesus pediu-lhes que não tivessem medo, o que os reconfortou. Ele então acalmou a tempestade e entrou no barco, que seguiu para a costa. De acordo com alguns detalhes encontrados apenas no Evangelho de Mateus, Pedro pulou na água para ir ao encontro de Jesus, perdeu o controle e começou a afundar, sendo então salvo por Jesus.

22) Jesus curando em Genesaré é um dos milagres de Jesus, relatado em Mateus 14:34-36 e em Marcos 6:53-56.

De acordo com o Evangelho de Marcos, conforme Jesus viajava através de Genesaré, logo após ter, milagrosamente, andado sobre as águas, todos que tocaram a fímbria de seu manto foram curados:

“Depois de feita a travessia, chegaram à terra de Genesaré, e ali atracaram. Quando desembarcaram, o povo logo reconheceu a Jesus e, correndo por toda aquela região, começaram a trazer nos leitos os que se achavam doentes, para onde ouviam dizer que ele estava. Onde quer que ele entrava, fosse nas aldeias, ou nas cidades, ou nos campos, punham os doentes nas praças, e lhe rogavam que os deixasse tocar ao menos na fímbria da sua capa; e todos os que nela tocaram, ficavam sãos.” (Marcos 6:53-56)

23) Jesus exorcizando a filha da canaanita é um dos milagres de Jesus relatado em Mateus 15:21-28 e Marcos 7:24-30. De acordo com os evangelhos, neste milagre Jesus exorcizou a filha de uma canaanita (ou fenícia) na região de Tiro e Sidom.

Segundo Mateus:

“Tendo saído Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e de Sidom. Uma mulher cananéia, que tinha vindo daquelas regiões, clamava: Senhor, filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. Todavia ele não lhe respondeu palavra. Chegando seus discípulos, rogaram-lhe: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós. Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Contudo ela, aproximando-se, o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! Ele respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Ela, porém, replicou: Assim é, Senhor; mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos. Então lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.” (Mateus 15:21-28)

24) Jesus curando o surdo-mudo na Decápole é um dos milagres de Jesus, narrado em Marcos 7:31-37.

De acordo com o Evangelho de Marcos, quando Jesus adentrou a região da Decápole, logo após ter passado por Sidom vindo do Mar da Galileia, a população levou até ele um homem que era surdo e que quase não podia falar, implorando-lhe que pusesse suas mãos sobre ele. Marcos segue:

“Jesus, tirando-o da multidão, levou-o à parte, pôs os seus dedos nos ouvidos dele e, cuspindo, tocou-lhe a língua; depois erguendo os olhos ao céu, deu um suspiro e disse: Efrata, isto é, Abre-te. Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se lhe desfez a prisão da língua, e falava com clareza. Recomendou-lhes Jesus expressamente que a ninguém o contassem; mas quanto mais o recomendava, tanto mais eles o publicavam. Admiravam-se sobremaneira, dizendo: Ele tudo tem feito bem, faz até os surdos ouvir e os mudos falar.” (Marcos 7:33-37)

25) Jesus curando o cego em Betsaida é um dos milagres de Jesus, relatado em apenas em Marcos 8:22-26.

De acordo com o Evangelho de Marcos, quando Jesus chegou em Betsaida, uma cidade na Galileia, lhe pediram que curasse um cego. Jesus levou seu paciente para fora da cidade, cuspiu em seus olhos e colocou suas mãos sobre ele.“Vejo os homens, porque, como árvores, os percebo andando”, disse o homem. Jesus repetiu o procedimento, resultando numa cura completa e em perfeita visão.“Não entres nem na aldeia”, ordenou então Jesus, tentando evitar que a notícia se espalhasse.

26) A Transfiguração de Jesus é um episódio do Novo Testamento no qual Jesus é transfigurado (ou “metamorfoseado”) e se torna “radiante” no alto de uma montanha. Os evangelhos sinóticos (Mateus 17:1-9, Marcos 9:2-8 e Lucas 9:28-36) e uma epístola (II Pedro 1:16-18) fazem referência ao evento. Nestes relatos, Jesus e três de seus apóstolos vão para uma montanha (conhecida como Monte da Transfiguração). Lá, Jesus começa a brilhar e os profetas Moisés e Elias aparecem ao seu lado, conversando com ele. Jesus é então chamado de “Filho” por uma voz no céu – presumivelmente Deus Pai – como já ocorrera antes no seu batismo.

A Transfiguração é um dos milagres de Jesus nos evangelhos, diferente dos demais pois, neste caso, o objeto do milagre é o próprio Jesus. A Transfiguração é também um dos cinco grandes marcos da vida de Jesus na narrativa dos evangelhos (os outros são o batismo, a crucificação, a ressurreição e a ascensão).

27) Jesus exorcizando o garoto é um dos milagres de Jesus, relatado nos evangelhos sinóticos em Marcos 9:14-29, Mateus 17:14-21 e Lucas 9:37-49.

Um homem na multidão pediu que Jesus curasse seu filho, que estava possuído por demônios, espumava pela boca, rangia os dentes e ficava rígido. O homem pediu aos discípulos que expulsassem o espírito, mas eles não conseguiram. Jesus então pediu para ver o garoto e eles o trouxeram até Ele. Quando o espírito viu Jesus, ele imediatamente forçou o corpo do garoto numa convulsão, se jogando no chão e espumando pela boca. Segundo o Evangelho de Marcos, o seguinte diálogo se seguiu:

Jesus perguntou ao pai do garoto:“Há quanto tempo acontece-lhe isto?”.

“Desde a infância”, respondeu ele,“e muitas vezes o tem lançado tanto no fogo como na água, para o destruir; mas se podes alguma coisa, compadece-te de nós e ajuda-nos.”.

“Se podes!”, disse Jesus,“tudo é possível ao que crê.”

Imediatamente, o pai do garoto exclamou:“Creio! ajuda a minha incredulidade.”. Quando Jesus viu que a multidão estava se acumulando, ele respondeu ao espírito maligno:“Espírito mudo e surdo, eu te ordeno, sai dele, e nunca mais nele entres.”. O espírito gritou, convulsionando violentamente o corpo do garoto e partiu. O garoto ficou parecendo tanto um cadáver que muitos disseram que ele estaria morto. Mas Jesus o tomou pelas mãos e o levantou até que ficasse de pé, e assim ele ficou. Depois que ele partiu, os discípulos perguntaram-Lhe privadamente:“Como é que não podemos nós expulsá-lo?”, ao que Jesus respondeu“Esta espécie só pode sair à força de oração.”.

Nos evangelhos de Lucas e Mateus, Jesus exclama aos discípulos:” Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino.” e sua resposta sobre o fracasso dos discípulos é“Por causa da vossa pouca fé. Pois em verdade vos digo que se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível.”

28) A Moeda na boca do peixe é um dos milagres de Jesus, narrado em Mateus 17:24-27

De acordo com o evangelho, após Jesus e seus discípulos terem chegado em Cafarnaum, os coletores do imposto de duas dracmas do templo se aproximaram de Pedro e perguntaram“Não paga vosso Mestre as duas dracmas?”, ao que Pedro respondeu“Paga”.

Quando o apóstolo entrou na casa, a narrativa continua:

“Que te parece, Simão? De quem recebem os reis da terra tributo ou imposto? De seus filhos ou dos estranhos? Respondendo ele: Dos estranhos. Concluiu Jesus: Logo são isentos os filhos. Mas para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que subir, tira-o; e abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti.” (Mateus 17:24-27)

A moeda, equivalente a quatro dracmas, era exatamente a taxa esperada para duas pessoas

29) Jesus curando o homem com hidropisia é um dos milagres de Jesus, relatado apenas em Lucas 14:1-6.

De acordo com o Evangelho de Lucas, durante um sabbath, Jesus foi recebido para uma refeição na casa de um proeminente fariseu para ser observado de perto. Lá, à sua frente, estava um homem que sofria de hidropisia, com o corpo inchado pela acumulação de líquidos.

Jesus perguntou aos fariseus e aos doutores da Lei: “É lícito ou não curar no sábado?”

Eles permaneceram em silêncio e, assim, Jesus tomou o homem pelas mãos, curou-o e o mandou ir para casa. Ao terminar, perguntou-lhes novamente:“Qual de vós, se um filho ou um boi cair num poço, não o tirará logo, mesmo em dia de sábado?”

A resposta novamente foi o silêncio.

30) Jesus curando dez leprosos é um dos milagres de Jesus, narrado em Lucas 17:11-19

De acordo com o evangelho, ainda a caminho de Jerusalém, Jesus passou pela fronteira entre a Samaria e a Galileia. Quando ele estava passando por uma vila, dez homens acometidos de lepra o encontraram. Eles ficaram a uma certa distância e gritaram para Jesus:“Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!”, ao que Jesus respondeu“Ide mostrar-vos aos sacerdotes” e, no caminho, foram curados.

Um deles, um samaritano, vendo-se curado, voltou, louvou a Deus em voz alta e se atirou aos pés de Jesus para agradecê-lo. Jesus então perguntou-lhe: “Não se achou quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? Disse ao homem: Levanta-te e vai; a tua fé te curou.” (Lucas 17:18-19)

31) Jesus curando o cego de nascença é um dos milagres de Jesus, relatado apenas em João 9:1-12.

De acordo com o Evangelho de João, Jesus viu um homem que era cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: “Mestre, quem pecou para que este homem nascesse cego, ele ou seus pais?”

Jesus respondeu:

“Nem ele pecou nem seus pais, mas isto se deu para que as obras de Deus nele sejam manifestas. É necessário que façamos as obras do que me enviou, enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. Estando eu no mundo, sou a luz do mundo. Tendo assim falado, cuspiu no chão e, fazendo lodo com o cuspo, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo: Vai lavar-te no tanque de Siloé (que quer dizer, “Enviado”). Ele foi, lavou-se e voltou com vista. Então os vizinhos e os que dantes o conheciam de vista, como mendigo, perguntavam: Não é este o que se assentava para mendigar?

É ele mesmo, respondiam uns; não é, mas é parecido com ele, diziam outros. Porém ele dizia: Sou eu mesmo. Perguntaram-lhe, pois: Como te foram abertos os olhos? Respondeu ele: Aquele homem chamado Jesus fez lodo, ungiu-me os olhos e disse-me: Vai a Siloé e lava-te; então fui, lavei-me e fiquei vendo. Eles lhe perguntaram: Onde está ele? Respondeu: Não sei.” (João 9:3-5)

32) Jesus curando o cego perto Jericó é um dos milagres de Jesus narrado nos três evangelhos sinóticos (Marcos 10:46-52, Mateus 20:29-34 e Lucas 18:35-43) e que ocorreu quando Jesus passava perto de Jericó, antes da paixão.

O Evangelho de Marcos fala apenas de um homem chamado Bartimeu (literalmente “filho de Timeu” como estando presente quando Jesus deixava Jericó, tornando-o uma das pouquíssimas pessoas curadas por Jesus da qual sabemos o nome.

“Chegaram a Jericó. Ao sair Jesus da cidade com seus discípulos e com uma grande multidão, estava sentado à beira da estrada um cego mendigo, chamado Bartimeu, filho de Timeu. Quando soube que era Jesus o Nazareno, começou a clamar: Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim! Muitos mandaram que se calasse, mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim! Jesus parou e disse: Chamai-o. Chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem ânimo; levanta-te, ele te chama. Lançando de si a sua capa, de um salto levantou-se e foi ter com Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu tenha vista. Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te curou. No mesmo instante recebeu a vista, e o foi seguindo pela estrada.” (Marcos 10:46-52)

O Evangelho de Mateus tem um relato similar, com dois cegos nas imediações de Jericó, mas não nos dá nomes. No Evangelho de Lucas, também aparecem dois cegos de nome desconhecido, mas o evento ocorre quando Jesus estaria chegando à Jericó e não saindo:

“Saindo eles de Jericó, acompanhou a Jesus uma grande multidão. Dois cegos, sentados à beira do caminho, sabendo que Jesus passava, clamaram: Senhor, filho de Davi, tem compaixão de nós! A multidão mandou que se calassem, mas eles clamavam cada vez mais: Tem compaixão de nós, Senhor, filho de Davi! Jesus, parando, chamou-os e perguntou-lhes: Que desejais que eu vos faça? Responderam: Senhor, que se nos abram os olhos. Jesus, condoído, tocou-lhes os olhos; no mesmo instante recuperaram a vista, e seguiram-no.” (Mateus 20:29-34)

33) A Ressurreição de Lázaro é um dos milagres de Jesus, relatado em João 11:1-46, no qual Jesus traz Lázaro de Betânia de volta à vida depois de quatro dias de sepultamento.

De acordo com o Evangelho de João, as irmãs de Lázaro informam a Jesus que Lázaro estaria doente e precisando de ajuda. Porém, Jesus afirma que:“Esta doença não é para morte, mas para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado.” Jesus então atrasa a sua viagem por dois dias. Os discípulos de Jesus temem voltar à Judeia, mas Jesus os ordena que o sigam, e os afirmando:“Lázaro morreu e por vossa causa folgo de não me achar lá, para que creiais”. Quando eles chegaram em Betânia, Lázaro já estava morto e enterrado havia quatro dias. Marta, a irmã de Lázaro, diz então a Jesus:“Senhor, se tivesses estado aqui, não teria morrido meu irmão”, mas Jesus reafirma para ela que seu irmão irá retornar e afirma:

“Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e tudo o que vive e crê em mim, nunca jamais morrerá; crês isto?” (João 11:25-26)

Jesus então travou um diálogo similar com Maria, irmã de Lázaro e de Marta, que chorava juntamente com outros judeus. E então “Jesus chorou”, compadecido. Logo em seguida, ele vai com todos até o túmulo de Lázaro, que já cheirava mal e diz:“Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus?”. Logo em seguida, em oração, ele pede:

“Pai, graças te dou que me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa desta multidão que me cerca, a fim de crerem que tu me enviaste.” (João 11:41-42)

Após ter dito isto, Jesus gritou em voz alta:” Lázaro, sai para fora!” O morto então saiu, com as mãos e pés enrolados em tiras de linho e com panos à volta do rosto. Jesus disse então ao grupo: “Desatai-o e deixai-o ir.”

34) Amaldiçoando a figueira é um dos milagres de Jesus e está relatado em Marcos 11:12-14, Marcos 11:20-25 e em Mateus 21:18-22, não aparecendo em Lucas. Logo após a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e antes da segunda limpeza do Templo, Jesus amaldiçoa uma figueira por estar sem frutos; presumivelmente no dia seguinte, a árvore definhou, o que estimulou Jesus a falar sobre a eficácia da oração. Mateus apresenta o milagre como um único evento.

No Evangelho de Marcos:

“No dia seguinte, saindo eles de Betânia, teve fome. Vendo ao longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa. Aproximando-se, nada achou senão folhas; porque ainda não era tempo de figos. Disse-lhe: Nunca jamais coma alguém fruto de ti; e seus discípulos ouviram isto.” (Marcos 11:12-14)

“Ao passarem de manhã, viram que a figueira estava seca até a raiz. Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Olha, Mestre, secou-se a figueira, que amaldiçoaste!”

35) Jesus curando a orelha do servo é um dos milagres de Jesus. A violência foi relatada nos quatro Evangelhos (João 18:10-11, Mateus 26:51; Marcos 14:47 e Lucas 22:49-51), mas o nome do servo, Malco, e de Pedro só aparecem em João. Este, contudo, não cita o milagre em si.

O Evangelho de Lucas descreve Jesus curando a orelha do servo de um sumo-sacerdote judeu durante a prisão de Jesus, logo após um de seus apóstolos ter cortado-a fora:

“Os que estavam ao redor dele, vendo o que ia suceder, perguntaram: Senhor, firamo-los à espada? Um deles deu um golpe no servo do sumo sacerdote e decepou-lhe a orelha direita. Disse Jesus: Deixai-os, basta! E tendo-lhe tocado a orelha, o sarou.” (Lucas 22:49:51)

36) A pesca milagrosa é a forma como nos referimos a um de dois eventos da vida de Jesus nos Evangelhos. Os milagres ocorreram com anos de diferença entre si, mas em ambos os casos os apóstolos estão tentando pescar sem sucesso no Mar da Galileia quando Jesus pede-lhes que tentem uma vez mais lançar as redes, ao que eles são recompensados com uma grande quantidade de peixes.

Primeira pesca milagrosa

De acordo com o Evangelho de Lucas, no dia deste milagre Jesus estava pregando no Lago Genesaré (Mar da Galileia) quando ele viu dois barcos próximos da margem. Ele entrou no barco pertencente a Simão (Pedro) e, afastando-se um pouco da margem, ele se sentou e passou a pregar para o povo a partir do barco. Em seguida, ele disse a Pedro: “Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para a pesca.” (Lucas 5:4), ao que Pedro respondeu: “Senhor, tendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; porém sobre a tua palavra lançarei as redes.” (Lucas 5:5)

Assim que o fizeram,“apanharam uma grande quantidade de peixe; e as redes rompiam-se.”, sendo necessária a ajuda de um outro barco. Quando Pedro viu a quantidade de peixes que apanharam, suficiente para encher os dois barcos a ponto de quase afundá-los, ele caiu aos pés de Jesus e disse“Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador”, ao que Jesus respondeu:“Não temas; de ora em diante serás pescador de homens.”. Após o evento, além de Pedro, Tiago e João abandonaram tudo e passaram a seguir Jesus.

Segunda pesca milagrosa

De acordo com o Evangelho de João, sete discípulos – Pedro, Tomé Dídimo, Natanael, os filhos de Zebedeu (Tiago e João) e dois outros – decidiram ir pescar na noite seguinte à ressurreição de Jesus, sem sucesso nenhum. No alvorecer do dia seguinte, Jesus (que eles não reconheceram) os chamou a partir da margem: “Moços, apanhastes algum peixe?” (João 21:5). Quando eles responderam que não Jesus respondeu:“Lançai a rede à direita da barca, e achareis.”, o que eles fizeram e“já não podiam puxá-la por causa do grande número de peixes.”

Percebendo então a identidade do estranho, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro:“É o Senhor!”, o que fez com que Simão Pedro pulasse na água para ir ao seu encontro, enquanto que os demais discípulos o seguiram no barco, rebocando a rede, que se mostrou “cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes” (João 21:11). Jesus então assou e comeu alguns deles com os discípulos.

Espero que minha contribuição satisfaça como acervo significativo do tema em questão, qual seja o da confirmação do seu valor como elemento da validação no corpo das religiões.

Fontes: google/wikipédia/

CONCLUSÃO

Considero, no fim de contas, colimado o meu objetivo. Meus estudos e minha prática profissional como educadora e como psicoterapeuta, já agora com mais de 92 anos de vida, me autorizam a fazer afirmativas que dirimem as controvérsias que perpassam o viver da humanidade, quais sejam as relacionadas com as crenças religiosas e com os preconceitos que pululam nela.

Com o objetivo de ilustrar este trabalho com informações a ele relacionadas, pedi ao meu coautor, Tadeu, para elaborar os últimos capítulos dele. No segundo, noticiou as 10 mitologias que fizeram sucesso em sua época e constituem ainda, até hoje, uma curiosidade. No terceiro, ele relacionou os 36 milagres de Jesus, não tendo conseguido o relato do milagre de São Teófilo e dos quarenta milagres de Nossa Senhora.

O exame dos mitos levou-me a considerá-los como os albores de uma moral e de uma ética que doutrinaram, de forma literária, a humanidade da sua época. Os relatos falam da luta proverbial do bem contra o mal, nos mais variados enredos. A leitura dos clássicos trouxe-me, de outra forma, os relatos da sua visão de mundo daquela época, em tudo similar aos mitos, tendo o bem e o mal como protagonistas sempre.

O exame dos milagres, em si, levou-me a afirmar que eles só beneficiaram os seus escolhidos, não representando nenhuma prova da existência de Deus para os demais indivíduos, seguidores das diferentes crenças, a não ser uma leve esperança daqueles da mesma fé de serem agraciados, milagrosamente, com algum acontecimento extraordinário.

Eu me permiti esboçar uma teoria do nada, demonstrando que as teologias e as filosofias não apresentam nenhum corpo de doutrina aceitável nem nenhuma metodologia de ensino reconhecidamente válida no seu proceder. Ressaltei a necessidade de se divulgar minha teoria e minha técnica, as quais denominei analítico-fenomenológico-existenciais.

Minha teoria é um corpo coerente e formalizado de conhecimentos sobre o ser humano e sobre o grupo humano. É, pois, uma teoria científica, uma vez que apresenta consequências observáveis decorrentes da conjugação de fatos observados com a série das hipóteses fundamentais formuladas, reunindo os dois momentos do conhecimento da realidade, o do senso comum e o da ciência, que constituem o acervo da mente.

A teoria descreve e explica o trabalho do ser humano, personalização, bem como o do grupo humano, sintalização, que é o de decidir o valor em cada momento do existir, experimentá-lo, avaliar a experiência, reformular a decisão em decorrência do avaliado, novamente experimentar, e assim por diante, na sua trajetória de conscientização em busca da liberdade com responsabilidade.

Todo ser humano, e todo grupo humano tem o direito de formular e defender sua teoria sobre o seu viver e sobre o viver da humanidade. Trata-se do exercício do livre arbítrio, direito inalienável de todos nós. As teologias e as filosofias podem ser descritas como base reguladora dos indivíduos e dos grupos de indivíduos que a elas se associam formando as crenças festejadas e formulando seus princípios.

As teologias citadas historicamente, afirmativa natural, afirmativa revelada e negativa, mística, resistem ao tempo, são encontradas em todas as épocas e em todos os lugares. Igualmente, as filosofias citadas historicamente, racional, intuitiva e fenomenológica, também resistem ao tempo e são encontradas em todas as épocas e em todos os lugares.

O livre pensar, que dá ao indivíduo e ao grupo o direito de crer no que quiser crer, e de pensar como quiser pensar, não lhes dá, em momento algum, nem em nenhum lugar, o direito de agredir, verbal ou fisicamente, aqueles que professam outra fé ou raciocinam de forma diferente deles sobre os problemas da vida.

Já clarifiquei alhures que os desentendimentos, quer de indivíduos, quer de nações, que levem à violência de qualquer tipo, são registro da patologia deles, fixações na infância raivosa, obsessão, ou na adolescência querelante, pré-adolescência, exigindo psicoterapia para corrigir o retardo vivido, ou medicação psiquiátrica para os psicóticos, quer educáveis, quer heréticos.

No meu entender, a humanidade necessita, não apenas da existência de uma ONU, Organização da Nações Unidas, mas da criação da OTN, Organização de Todas as Nações, com poderes sobre todas as pendências, quer em cada uma delas, quer entre elas. Assim sendo, seriam banidas da humanidade todas as querelas e surgiriam diálogos racionais sobre todas as questões.

Não tenho nenhum poder político, e todas as minhas soluções para o bem-estar da humanidade ficam no meu foro íntimo, apenas manifestando-se nos meus escritos e nas minhas preleções. Um dia, quem sabe, alguém ou alguns poucos criem uma organização que irmane todas as nações na busca do equacionamento racional da sua convivência com vistas ao progresso e à paz.

Na minha profissão, de educadora e de psicoterapeuta, só posso insistir em que os governantes atentem para o exame crítico de suas próprias condutas e para o posicionamento delas na pauta da evolução humana, não só para ajustarem o seu viver ao nível evolutivo esperado deles, como também para tomarem as providências para dirimir os retardos e os evitar.

Considerando a humanidade toda e cada indivíduo em si, observei que a pretensa diversidade de religiões é, apenas, um pretexto para as pendências secularmente alimentadas entre os povos, uma desculpa para as lutas de poder. Em Jerusalém, observei um fenômeno interessante, quatro comunidades, bairros, três delas representativas das religiões dominantes, judaísmo, cristianismo e islamismo, e uma delas neutra, cosmopolita.

Na realidade, o judaísmo deu lugar ao cristianismo, e este ao islamismo. Um entendimento esclarecedor das diferenças criaria uma religião única, fortalecida, embora tal religião, como as demais, não traria nenhuma certeza sobre a existência de Deus, da alma e da vida eterna, pendências eternas de todas elas.

Não tendo nenhum receio de viver a realidade, como ela se apresenta no dia a dia, e aguardando o futuro, terreno e, possivelmente, eterno, com tranquilidade em face do ser ou não ser das religiões, o indivíduo pode, com a dignidade do peregrino, com sua resiliência, encarar o destino com a galhardia dos cavaleiros de antanho e a adultez daqueles que chegaram ao viver cósmico, ápice de sua evolução.

A educação, condução, é o instrumento por meio do qual os indivíduos e os grupos contam, com o ambiente adequado e com as informações corretas, verdadeiras, para evoluir até o máximo de suas potencialidades. Para que tal evolução ocorra, é necessário que os educadores, sejam os dirigentes, sejam os professores, sejam os gestores, estejam preparados para cumprir os seus misteres, tenham se tornado adultos comunitários, humanísticos e com visão cósmica.

Cada indivíduo e cada grupo receberá, assim, a orientação adequada a cada etapa e à modulação para cada etapa seguinte, pois o princípio da liberdade é inerente ao saber. O por vir da humanidade, uma realidade para alguns de nós, é auspicioso, bastando que nos congreguemos para contribuirmos no sentido de que cada vez mais indivíduos e grupos façam dele, também, o seu presente.

À esta altura, não posso deixar de registrar a pandemia do novo coronavírus (COVID 19) que assola o globo com 2.320.720 mortos e 106.314.695 casos registrados. Outras pestes, em outros momentos, já perturbaram a humanidade e ela sobreviveu. Espero que o mesmo ocorra agora, muito embora esteja ainda no seu ápice, e chegando muito perto de mim.

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